Título: PETRÓLEO FECHA EM MÁXIMA HISTÓRICA, ACIMA DOS US$77, E BOLSAS CAEM
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Fonte: O Globo, 15/07/2006, Economia, p. 30

Cotação do barril volta a registrar recorde devido a conflito no Oriente Médio

NOVA YORK, LONDRES E VIENA. O preço do petróleo fechou ontem acima dos US$77 por barril, atingindo a nova máxima histórica devido ao aumento dos temores em relação a um amplo conflito no Oriente Médio que cause desequilíbrio no fornecimento. A alta provocou fortes quedas nas bolsas de valores mundiais.

¿ Apesar de não ser incomum tensões entre árabes e israelenses gerarem irritação no mercado de petróleo, os ataques mais recentes são novos, não apenas pela amplitude, mas também pela suspeita de relação com a disputa nuclear do Irã ¿ afirmou à Reuters Antoine Halff, analista da Fimat Energy Research.

Na Bolsa de Nova York, os contratos para agosto subiram 0,43%, a US$77,03 por barril, recorde de encerramento. Durante o pregão, a máxima foi de US$78,40 por barril (pré-abertura do dia), recorde pelo segundo dia consecutivo e maior preço desde a abertura daquela bolsa, em 1983. Em Londres, o tipo Brent avançou 0,75%, a US$77,27 por barril, após atingir novo pico a US$78,03.

As cotações também vêm sendo impulsionadas pela maior demanda mundial e pelos temores de que sejam afetadas as exportações de dois importantes produtores mundiais, o Irã e a Nigéria. Existe ainda a preocupação sobre danos que podem ser provocados por furacões na produção americana.

Gabrielli diz que acredita em acordo com Bolívia

Em Wall Street, foi o terceiro dia de resultados negativos: o Dow Jones caiu 0,95% e o Nasdaq, 0,99%. Notícias econômicas, como as quedas nas vendas do varejo e na confiança do consumidor americano, ajudaram a derrubar o mercado. As bolsas européias também recuaram. Em Tóquio, a queda foi de 1,67%; em Frankfurt, de 1,90%; e no Reino Unido, de 1%.

A Petrobras não tem comentado a alta dos preços internacionais do petróleo. Especialistas afirmam que, apesar de a estatal não repassar a volatilidade, o patamar das cotações do petróleo mudou e a Petrobras deveria aumentar os preços no mercado doméstico.

Em Londres, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ontem que confia em obter ¿um bom acordo¿ com a Bolívia sobre o preço do gás. No dia anterior, a Petrobras rejeitou o reajuste pleiteado pela estatal boliviana YPFB.