Título: RIO SE TORNA A CAPITAL DOS FESTIVAIS INTERNACIONAIS
Autor: Leticia Helena
Fonte: O Globo, 16/07/2006, Rio, p. 25

Cidade atrai e repete encontros de artes cênicas, cinema, música, dança e animação do mundo inteiro

No princípio, era o verbo cantar, nos festivais de canção que mobilizavam multidões no Maracanãzinho. Depois, a cidade rendeu-se ao verbo ouvir, nas noites estreladas do Free Jazz. Nos anos 90, o verbo ver ganhou força nas telonas do festival de cinema. Hoje o carioca canta, ouve, vê ¿ e adora ¿ um tipo de atividade cultural que não pára de crescer e se multiplicar: os festivais internacionais. São encontros de artes cênicas, cinema, música, dança e animação, que reúnem realizadores do mundo todo. Ao que tudo indica, o Rio virou a capital dos festivais.

¿ Quando você convida um estrangeiro para um espetáculo no Rio, os olhinhos brilham ¿ conta Karen Accioly, que está organizando a quarta edição do Intercâmbio de Linguagens Para Crianças, reunindo companhias de França, Canadá, Portugal e Peru, em 15 espetáculos, entre os dias 20 e 31. ¿ A cidade é muito receptiva a novas propostas. O carioca tem essa vontade de trocar informações, de conhecer coisas diferentes.

E não faltam coisas diferentes para conhecer. Até o fim do ano, o carioca terá, além do Intercâmbio de Linguagens e do 14º Anima Mundi, que começou anteontem, o 7º Festival do Rio (cinema); o Festival Internacional de Curtas do Rio; o 7º riocenacontemporanea (artes cênicas); o TIM Festival (música); e o Festival Panorama da Dança.

¿ O público carioca sempre foi muito receptivo. Sem esse carinho, talvez não tivéssemos crescido tanto ¿ observa Aída Queiroz, uma das criadoras do Anima Mundi, considerado um dos cinco maiores festivais do gênero do mundo.

¿ Um de nossos objetivos é justamente integrar a cidade e o público com as diversas manifestações artísticas contemporâneas ¿ conta Márcia Dias, uma das curadoras do riocenacontemporanea, que acontece de 5 a 15 de outubro. ¿ E, aos poucos, estamos conseguindo fazer do Rio uma referência do setor.

Virar referência leva tempo, mas não falta gente disposta a percorrer a trilha dos colegas mais bem-sucedidos. Ainda este mês, dois encontros alternativos dão os primeiros passos. Nas unidades do Sesc, de 26 a 30 de julho, será realizado o Simpósio Internacional de Contadores de Histórias.