Título: Atentados fazem vítima também em Vitória
Autor: Carlos Orletti
Fonte: O Globo, 17/07/2006, O País, p. 8

VITÓRIA. A onda de Atentados contra agentes de segurança pública chegou ao Espírito Santo. O agente penitenciário Luiz de Brito Barcelos foi assassinado a tiros na frente dos dois filhos menores no município de Fundão, na Grande Vitória. O agente trabalhava na Casa de Custódia de Viana (ES) há cinco anos e já havia recebido uma ameaça de morte dos presos da unidade.

O presídio está ocupado pela Força Nacional de Segurança, que atua no Espírito Santo desde o mês passado para auxiliar no combate a rebeliões nas cadeias. A morte do agente seria uma represália de presos à presença da Força Nacional no estado. Sobre o corpo da vítima os assassinos deixaram um bilhete com os seguintes dizeres: ¿Gostava de esculachar muitos presos. Por isso morri. Se não tirar a Guarda Nacional do presídio vai morrer mais. Assinado: Crime do estado¿.

Secretário sabia que agente estava marcado para morrer

O próprio secretário de Segurança Evaldo Martinelli disse estar ciente que o agente estava marcado para morrer. Barcelos, de 37 anos, recebeu sete tiros, três na cabeça e quatro no tórax. O agente estava armado mas não teve tempo de se defender. Dois filhos, um garoto de 4 anos e uma menina de 6, estavam com ele no momento do crime, na noite de sábado. O assassinato do agente criou um clima de insegurança. Uma barreira de pneus foi erguida para proteger a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, que fica na Praia do Canto, em Vitória.

O delegado-chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Danilo Baiense, disse que já designou um delegado e as investigações sobre o assassinato do agente foram iniciadas ontem. Os agentes penitenciários prometem para hoje uma manifestação em frente à sede da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Eles pedem medidas de segurança para a categoria.

O secretário Evaldo Martinelli disse que o assassinato do agente não pode ser comparado aos crimes que vêm sendo cometidos em São Paulo por integrantes da principal facção criminosa do estado. Martinelli afirmou que a Força Nacional de Segurança só deixará o Espírito Santo quando a situação nos presídios capixabas estiver sob controle.