Título: Alckmin: segurança européia
Autor: Guilherme Russo (*)
Fonte: O Globo, 10/07/2006, O País, p. 5

SÃO PAULO. Antes de viajar para a Europa, na tarde de ontem, onde visitará Lisboa e Bruxelas, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência da República, negou que o governo paulista tenha perdido o controle dos presídios estaduais. Segundo ele, os presídios paulistas apresentam números europeus.

¿ A fuga no estado de São Paulo no ano passado foi 0,13%. Isso é número europeu. E nas penitenciárias de segurança máxima, zero. Não existe fuga das três penitenciárias de segurança máxima, em Presidente Bernardes, Avaré e Taubaté¿ disse.

Alckmin criticou a política de segurança do governo Lula.

¿ Hoje não há na área federal uma política de segurança. Nada saiu do papel, além de não ter os recursos necessários. O presidente foge do tema. Eu vou assumir a responsabilidade. O crime não tem fronteira de estado. O estados enxugam gelo, porque você tem tráfico de drogas e de armas escandalosos por falta de policiamento de fronteira ¿ afirmou.

Já o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, disse que não é ¿mágico¿ e não tem ¿varinha de condão¿ para resolver de imediato a situação do Centro de Detenção Provisória de Araraquara e de outros presídios do estado destruídos em rebeliões em maio e em junho. Desde 16 de junho, 1.443 detentos do CDP de Araraquara estão confinados num espaço para 160, dormindo ao relento no pátio. A porta do presídio está soldada e a alimentação é enviada pela parte de cima do alambrado, por meio de roldanas.

¿ Temos que ter equilíbrio e tranqüilidade, não dá para mudar essa situação abruptamente ¿ disse.

Segundo o governador, foram assinados contratos de emergência, mas as obras devem durar um mês. Ele afirmou que não há como transferir os presos para outras cadeias.

¿ Os presídios estão lotados e alguns com alguma espécie de destruição ¿ disse. ¿ Não temos como realizar essas obras de imediato, mas eles (os presos) não ficarão lá para morrer. Não há mortos, nem feridos graves. Eles mesmos provocaram o confronto ¿ justificou.