Título: Sargento reformado e cabo da PM são executados em SP
Autor: Guilherme Russo (*)
Fonte: O Globo, 10/07/2006, O País, p. 5

SÃO PAULO.Um cabo e um estaque1'>Sargento estaque2'>reformado da Polícia Militar foram executados na noite de sábado na capital paulista. A princípio, a polícia descarta que a morte do estaque1'>Sargento tenha ligação com a facção criminosa suspeita de, em onze dias, matar sete funcionários do sistema penitenciário e um vigia da Justiça Federal.

Além disso, o soldado da Polícia Militar Valdo Leôncio de Lima, de 30 anos, foi atacado a tiros por dois bandidos em uma moto, que dispararam contra seu carro por volta das 5h30m de ontem, na Rodovia Ayrton Senna, na Cidade Satélite, em Guarulhos. Lima escapou ileso.

O estaque1'>Sargento estaque2'>reformado da PM Roberto Alves da Silva, de 47 anos, foi executado com 19 tiros dentro de uma farmácia na estrada de Mogi das Cruzes, região da Ponte Rasa, Zona Leste de São Paulo, por volta das 21h de anteontem.

Secretário descarta ligação com facção criminosa

Segundo um cunhado do estaque1'>Sargento morto, que preferiu não se identificar, Silva havia saído para comprar remédios na Drogaria Ranghieri e deve ter sido seguido. O cunhado disse ainda que, de acordo com testemunhas, os bandidos desceram de carros e motos e chamaram a atenção de Silva com gritos.

O caso foi registrado na 62 DP (Jardim Popular) como homicídio simples. De acordo com o registro, as testemunhas contaram que Silva estava saindo do local quando foi atingido, por homens que passaram de moto pela farmácia. Funcionários da drogaria se recusaram a comentar o caso.

Uma pistola calibre 380 e um revólver calibre 38 carregados foram encontrados com a vítima, que não chegou a reagir aos disparos. Ainda vivo, Silva foi levado ao Pronto-Socorro ermelino Matarazzo, onde não resistiu aos ferimentos e morreu.

¿ ele foi fuzilado. entraram na farmácia com armamentos pesados e deram vários tiros ¿ disse um irmão da vítima, acrescentando que não sabe se Silva vinha sofrendo ameaças.

O secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, descartou ontem a possibilidade de a morte estar ligada a ataques de facções criminosas:

¿ É uma questão envolvendo discussão pessoal. Poderia ter acontecido com um médico, um dentista, com qualquer um.

A outra morte ocorreu por volta das 23h30m, em Heliópolis, na Zona Sul da capital. O cabo do 21 BPM José Tibiriçá da Silva, de 33 anos, foi morto no bar de sua mãe enquanto jogava bilhar. ele estava de folga, sem uniforme. Segundo policiais do 3 BPM, dois rapazes negros chegaram ao local numa moto com a placa coberta, entraram no bar com máscaras e deram pelo menos cinco tiros no tórax do policial antes de fugir.

Já o soldado Valdo de Lima contou à polícia que estava indo de São Paulo em direção à base do 44 Batalhão, onde trabalha em Guarulhos, quando dois homens numa moto atiraram contra seu Fiat Siena. Apenas um dos tiros atingiu o veículo e estilhaçou o vidro de trás.

A situação nas cadeias do estado foi tranqüila ontem, apesar da manutenção do protesto em luto pela morte de um carcereiro, iniciada anteontem. Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários, o luto levou à paralisação dos profissionais em 30 presídios paulistas, que continua. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária, apenas 17 estabelecimentos entraram em greve. Com o protesto, as visitas foram proibidas em várias cadeias.

(*) Do Diário de S. Paulo COLABOROU Sandra da Motta