Título: LEMBO VOLTA A RECUSAR AJUDA, AGORA DO EXÉRCITO
Autor: Cristina Coghi
Fonte: O Globo, 18/07/2006, O País, p. 9

Teria de haver uma situação de desorganização da estrutura social e isso não acontece¿, disse o governador

SÃO PAULO. O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), se reuniu ontem com o comandante militar do Sudeste, general Luiz Edmundo Carvalho, e, após o encontro reservado que durou pouco mais de uma hora, voltou a dizer que não precisa de ajuda. Ele afirmou ser desnecessária a participação do Exército no combate à criminalidade em São Paulo, mas não descartou solicitar apoio das tropas da União se a situação tomar proporções incontroláveis, o que, segundo ele, não é o caso.

¿ Se necessário, teremos que elaborar um pedido e o faremos com humildade. Porém, no momento, o que existe é um diálogo que sempre foi presente e muito elevado com o Exército ¿ disse Lembo.

¿Forças Armadas têm que preservar soberania¿

Ele enfatizou que a função das Forças Armadas é preservar a soberania nacional. Deixou claro que só cogitaria pedir a intervenção do Exército numa ¿situação extrema e de plena desorganização social¿:

¿ Teria de haver uma situação de plena desorganização da estrutura social e isso não acontece em São Paulo.

Em resposta aos ataques políticos entre seu partido (PFL), PT e PSDB sobre a responsabilidade pela crise de segurança, Lembo recomendou o fim da politização do assunto:

¿ O tema diz respeito a todos, independentemente de partidos.

O general Luiz Edmundo Carvalho informou que o Exército pode ceder de imediato 1.500 homens para combater o crime organizado no estado e o efetivo pode ser aumentado para até dez mil soldados, em caso de situação extrema. O general disse que as tropas estão prontas para atender a um pedido do governo de São Paulo, mas, como Lembo, disse que a Polícia Militar está agindo com total eficiência.

Perguntado sobre como o Exército agiria no combate à violência, o general declarou que só estudará um plano de ação depois que a ajuda for solicitada. Ele concordou com a decisão do governo de não pedir apoio em maio, na primeira onda de ataques.

¿ Os momento críticos foram superados rapidamente. Teria sido muito prematuro o emprego das Forças Armadas naquela oportunidade.

(*) Da CBN, Especial para O GLOBO