Título: MAIORIA QUER SE REELEGER EM OUTUBRO
Autor: Alan Gripp
Fonte: O Globo, 19/07/2006, O País, p. 8

Entre os investigados, 43 deputados e um senador estão em campanha

BRASÍLIA. A maioria dos 57 parlamentares investigados pelo desvio de dinheiro público na compra superfaturada de ambulâncias, com recursos do Orçamento da União, vai tentar a reeleição em outubro e já está em campanha. Do grupo que responderá a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), 43 deputados e um senador são candidatos em outubro. Destes, 42 deputados, entre eles o atual presidente do PP, deputado Nélio Dias (RN), e o líder na Câmara, Mário Negromonte (BA), são candidatos à reeleição.

Apenas um, o deputado Pedro Henry (PP-MT), tentará eleger-se para o Senado. Henry é também um dos envolvidos no escândalo do Mensalão que foi absolvido pelo plenário da Câmara. O senador, o líder do PMDB, Ney Suassuna (PB), concorre à reeleição.

São treze os deputados do Rio de Janeiro que passarão a ser investigados pelas irregularidades descobertas pela Operação Sanguessuga da Polícia Federal. Apenas três deles não tentarão voltar à Câmara em outubro: Vieira Reis (PRB), João Mendes de Jesus (PSB) e José Divino (PRB).

A maioria, dez, é formada por candidatos à reeleição: Laura Carneiro (PFL), Paulo Feijó (PSDB), Almir Moura (PFL), Itamar Serpa (PSDB), Fernando Gonçalves (PTB), Reinaldo Gripp (PL), Elaine Costa (PTB), Reinaldo Betão (PL), Dr. Heleno (PSC) e Paulo Baltazar (PSB).

Entre os 13 deputados envolvidos que não concorrem em outubro estão Bispo Wanderval (PL-SP), também absolvido por sua participação no caso do mensalão, e Teté Bezerra (PMDB-MT), casada com o ex-presidente do INSS Carlos Bezerra. Outros que não concorrem são José Militão (PTB-MG), Zelinda Novaes (PFL-BA), Junior Betão (PL-AC), Raimundo Santos (PL-PB), João Batista (PP-SP), Vanderlei Assis (PP-SP), Marcos Abramo (PP-SP) e Edna Macedo (PTB-SP), que é irmão do pastor Edir Macedo, principal dirigente da Igreja Universal do Reino de Deus.

Na lista dos investigados estão três deputados eleitos graças ao desempenho de Enéas Carneiro, do Prona, que obteve 1,5 milhão de votos nas eleições de 2002. São eles: Vanderlei Assis, Irapuan Teixeira (PP-SP) e Amauri Gasques (PL-SP). Vanderlei não voltará às urnas este ano, mas os outros dois ainda tentarão se reeleger.

Entre os envolvidos na máfia dos sanguessugas estão ainda os deputados João Caldas (PL-AL), que está afastado da Mesa Diretora da Câmara, e Almeida de Jesus (PL-CE), que concorre por uma coligação denominada ¿Faça a Diferença¿.