Título: PF PRENDE PREFEITOS EM TRÊS ESTADOS
Autor: José Araújo
Fonte: O Globo, 19/07/2006, O País, p. 9

Suspeitos de desviarem recursos, 35 detidos acabam soltos pela Justiça

ARACAJU Oito prefeitos foram presos ontem de manhã pela Polícia Federal durante a Operação Fox, realizada em nove municípios dos Estados de Sergipe, Bahia e Alagoas, e que resultou na detenção de 35 pessoas. Suspeitos de desviar recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e da Saúde, os prefeitos são ainda investigados por licitações fraudulentas e pelos crimes de corrupção ativa e passiva, além de peculato e sonegação fiscal. Levados algemados, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para a Superintendência da Polícia Federal em Maceió, eles foram soltos à noite por determinação da Justiça federal da 5ª Região, sediada em Recife (PE).

Além dos prefeitos das cidades de Nossa Senhora do Socorro, José Franco (PFL); de Poço Verde, Antônio Fonseca Dórea (PSB); de São Domingos, Hélio Mecenas (PFL); de Cedro de São João, Marcos Santana (PTB); de Rosário do Catete, Laércio Passos (PMDB) e de Siriri, Waldomiro Santos (PL), todas em Sergipe, foram presos na Bahia o prefeito de Pedro Alexandre, Petrônio Oliveira (PFL), e, em Alagoas, o prefeito de São Braz, Reginaldo Matias (PSDB). Participavam do esquema fraudulento e também foram detidos secretários municipais, servidores e empresários dos ramos gráfico e contábil.

A Polícia Federal não explicou como funcionava o esquema de fraudes nem quanto teria sido desviado. Segundo o superintendente da PF em Sergipe, César Nunes, foram feitas buscas e apreensões em 67 localidades, incluindo órgãos públicos, empresas e escritórios de contabilidade nos três estados.

Auditores da Receita Federal participaram da operação

A operação reuniu 350 agentes federais, 30 auditores da Receita Federal e 16 técnicos da Controladoria-Geral da União. A Polícia Federal não informou quais bens, equipamentos e documentos foram apreendidos.

¿ Há uma decisão do desembargador federal Napoleão Nunes Maia, do Tribunal Federal da 5ª Região, de não revelar os nomes dos investigados e nem o andamento do processo ¿ justificou César.

Ele informou que as investigações foram iniciadas em 2004 pelo Ministério Público Federal em Sergipe, mas que, como havia envolvimento direto de prefeitos, as investigações foram transferidas para a 5ª Região da Justiça Federal, em Pernambuco.

A prisão dos 35 suspeitos de envolvimentos nas fraudes tinham duração de 48 horas.

¿ Mas a Justiça entendeu que deveria suspendê-las antes do prazo, só nos cabe cumprir a determinação ¿ disse César.

Os presos retornaram ontem mesmo para suas cidades.