Título: RIO PODE GANHAR COM CHEGADA DA TV DIGITAL
Autor: Mirelle de França
Fonte: O Globo, 19/07/2006, Economia, p. 30

Enquadramento de equipamentos na Lei de Informática tornaria indústria do estado competitiva

A entrada da TV digital no país poderá beneficiar a economia do Rio, segundo representantes do governo fluminense e do setor de comunicações. Além do crescimento da produção audiovisual no estado, é possível que o Rio também se torne um importante produtor de conversores ¿ os aparelhos que serão acoplados à TV analógica comum para receber e transformar o sinal de TV digital.

¿ Está sendo decidido pelo governo se os conversores serão incluídos na Lei de Informática, como elementos dessa indústria. Caso isso aconteça, seremos muito beneficiados. E não estamos sozinhos nessa briga. Conosco estão os estados de São Paulo e Minas Gerais e todo o Sul do país ¿ disse o secretário estadual de Planejamento e Coordenação Institucional do Rio, Tito Ryff, durante seminário sobre TV digital realizado ontem na Associação Comercial do Rio.

Ryff explicou que, caso os conversores sejam classificados como um produto eletroeletrônico, Manaus se tornará forte candidata a receber essas indústrias, devido à política de isenção de impostos que já existe para o setor na região.

O vice-presidente das Organizações Globo João Roberto Marinho acredita que o Rio será um forte mercado de produção de conversores, caso o produto seja enquadrado na Lei de Informática:

¿ Se isso acontecer (o enquadramento), o Rio pode ser altamente competitivo e disputar essa indústria. Para nós seria melhor, pela proximidade, e também por questões de custo, já que o aparelho chegaria mais barato para os consumidores.

Fórum discute últimos detalhes sobre sistema

Segundo Marinho, as primeiras transmissões de TV digital no país deverão acontecer cerca de um ano depois da conclusão dos trabalhos do fórum criado para discutir os detalhes da regulamentação do sistema brasileiro.

¿ O decreto de TV digital já saiu com todo um conjunto de regras. E, nele, foi criado um fórum, com representantes de emissoras, indústria e universidades, para discutir pequenos detalhamentos, como a compatibilização do sistema japonês com os softwares criados pelas universidades brasileiras. A velocidade desse fórum é que vai determinar nosso prazo de implantação ¿ disse Marinho.