Título: A 3ª MAIOR TAXA NOMINAL
Autor: Patricia Duarte, Ronaldo D'Ercole e Aguinaldo Novo
Fonte: O Globo, 20/07/2006, Economia, p. 27

Mas Brasil ainda tem maior juro real: 9,9%

SÃO PAULO. A nova redução da Selic tirou o Brasil do topo de um ranking nada honroso: o de país com a maior taxa nominal de juros do planeta. Com o corte de 0,5 ponto percentual, a taxa básica brasileira caiu para 14,75% ao ano, e o país, para a terceira posição do ranking. No topo, agora, está a Turquia, com juros de 17,25% anuais, seguida pela Indonésia, com 15,76% ao ano, segundo a UpTrend Consultoria Econômica.

Mas o Brasil continua sendo o campeão mundial quando se considera a taxa real de juros (descontada a inflação). Embora tenha recuado para 9,9% ao ano com o corte de ontem da Selic, o menor nível desde setembro de 2004, ainda é a maior taxa entre 40 economias pesquisadas. O segundo no ranking é a Malásia, com juro real de 9,3%. Em seguida vêm Cingapura (7,1%), Hong Kong (4,7%) e Turquia (4,5%).

Embora nossos juros reais continuem altos para os padrões internacionais, os analistas estão divididos sobre a trajetória da Selic este ano. Parte entende que há condições para que a taxa seja reduzida nas três reuniões que o Copom tem até dezembro, fechando abaixo de 14%. Outro grupo, mais cético, acha que a Selic tem de cair mais, mas fatores como as eleições devem tornar o Banco Central mais cauteloso.

¿ Além disso, o BC entra agora num terreno desconhecido, com a taxa básica no seu menor nível em décadas e a inflação também num patamar muito baixo ¿ disse o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. (Ronaldo D¿Ercole)