Título: ALCKMIN ESTRÉIA PALANQUE DUPLO NO RIO
Autor: Cláudia Lamego e Paula Autran
Fonte: O Globo, 22/07/2006, O País, p. 14

Candidato foi à Zona Oeste com Denise Frossard (PPS) e à Baixada Fluminense com tucano Eduardo Paes

Em campanha no Rio, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, teve que suar para atender ao candidato de seu partido, Eduardo Paes, e a Denise Frossard (PPS), apoiada pelo PFL do prefeito Cesar Maia no estado. De manhã fez comício e caminhada com Frossard na Zona Oeste e, à tarde, foi à Baixada Fluminense com Paes. Alckmin visitou um centro social com Frossard, discursou para mulheres da terceira idade e prometeu priorizar a saúde:

¿ Lula diz que a saúde no país está chegando à perfeição. Mas não conhece hospital do SUS, emergência, ambulatório.

Descontraído, Alckmin vestiu uma camisa da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel e disse que cuidará da segurança pública no Rio, caso seja eleito:

¿ Vamos trazer um Cefet, uma faculdade de tecnologia e dar futuro para a juventude. Não me omito, tenho coragem de enfrentar o crime organizado, que se estruturou pela omissão.

Em seguida Alckmin visitou uma comunidade do Favela-Bairro com o senador José Jorge (PFL), seu vice, e o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia. Sobre a ausência do prefeito Cesar Maia, seu principal cabo eleitoral no Rio, justificou:

¿ O prefeito tem tarefas administrativas, é dia de trabalho.

Ao reafirmar que busca apoio do PMDB, Alckmin ouviu de Frossard críticas ao ex-governador Anthony Garotinho e ao candidato ao governo do estado Sérgio Cabral (PMDB:

¿ Duvido que o PSDB vá se coligar aqui com o PMDB que está aí, que é um desgoverno. Duvido que alguém se associaria ao PMDB local, autor da irresponsabilidade administrativa que vem causando mortes (por falta de política eficiente na segurança pública). E Sérgio Cabral tinha o bastão da Alerj em perfeita sintonia (com o governo do estado). Quem concorre para o crime incide nas penas a ele combinadas.

Pelo apoio de `todos do PMDB¿

Ao lado da candidata, Alckmin reafirmou que não desistirá do apoio de ¿todos os peemedebistas¿, incluindo, sem citar nomes, os eleitores de Garotinho.

¿ Não tivemos conversa pessoal (com Garotinho), a conversa foi com o presidente nacional do partido, Michel Temer. Nossa campanha é nacional. Respeitamos as singularidades dos estados. Meu partido tem o candidato Eduardo Paes, a coligação tem a candidata Frossard. A mim cabe fazer a campanha nacional no Rio ¿ disse Alckmin, que nos comícios não pediu votos para Frossard, mas a apresentou como ¿nossa candidata ao governo do estado¿.

À tarde, no calçadão de Caxias, Alckmin mostrou-se pouco conhecido: ¿Quem é o de oclinhos?¿, ¿Não é o cara da Casa Civil?¿, ¿Acho que é o Ciro Gomes¿, ouvia-se. Ao lado de Eduardo Paes, o ex-prefeito da cidade Zito, candidato a deputado estadual, apresentava Alckmin como Geraldo.

¿ Senti-me em casa. O povo é carinhoso. Já ouvi muito ¿Olha o Geraldão aí¿. É a parte boa da política ¿ disse Alckmin.

Eduardo Paes insistiu que não se incomoda em ¿dividir¿ o candidato com Frossard no Rio.

¿ Geraldo é 45. Eduardo Paes é 45. A eleição no Rio é uma e a nacional é outra. Não faço aliança com Garotinho nem com Cesar Maia e Denise. Mas Alckmin tem que fazer. Quanto mais alianças tiver, melhor.

Na visita ao Rio Alckmin almoçou no GLOBO, onde conversou com editores sobre as propostas de governo e a campanha. Líder nas pesquisas, o presidente Lula, do PT, também já foi convidado, convite extensivo aos demais candidatos.