Título: PF DO RIO TEM 25% DO EFETIVO SOB INVESTIGAÇÃO
Autor: Jailton de Carvalho
Fonte: O Globo, 25/07/2006, O País, p. 11

Entre os casos envolvendo 175 policiais estão desde o uso irregular de carros oficiais a homicídios

De janeiro de 2005 até junho deste ano, 175 policiais federais da Superintendência do Rio foram ou ainda estão sendo investigados por desvio de conduta na Corregedoria-geral da corporação. O número representa cerca de 25% do efetivo do efetivo da PF do Rio que é de 700 servidores. Um dos casos mais graves envolve dois delegados e dois escrivães no assassinato de um empresário da Barra da Tijuca em 2005. As investigações estão sob sigilo.

A vítima administrava um condomínio e foi assassinada a tiros. Um dos delegados, na época lotado na Delegacia de Polícia Fazendária, é citado no relatório da Operação Cerol pela juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, titular da 6 ªVara Federal do Rio.

As investigações incluem desde o uso irregular de carros oficiais a extorsão. O caso de uma agente federal do Rio, que teria exigido US$300 de um turista americano para aumentar seu prazo de permanência no Brasil, está entre os considerados graves.

Os casos estão sendo investigados em 127 sindicâncias e 48 processos administrativos disciplinares abertos ano passado por três comissões disciplinares da Corregedoria Geral da PF no Rio. As punições vão desde a advertência até a demissão.

Novo superintendente trouxe homens de confiança

Para combater a corrupção envolvendo policiais e melhorar a produtividade da PF no Rio, várias medidas estão sendo tomadas. O superintendente do Rio, delegado Delci Carlos Teixeira, que assumiu o comando da PF no lugar do delegado José Milton Rodrigues (preso na Operação Cerol), trouxe de fora delegados de confiança que assumiram postos chaves, como a diretoria executiva (segundo posto na hierarquia), a Corregedoria Geral e o setor de Inteligência.