Título: Ibope: cai a diferença entre Lula e Alckmin
Autor: Lydia Medeiros
Fonte: O Globo, 26/07/2006, O País, p. 9

Candidato tucano sobe, mas presidente ainda seria reeleito no 1º turno caso a eleição fosse hoje

Pesquisa do Ibope divulgada ontem pela Rede Globo mostra que, se a eleição fosse hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria 44% dos votos. Seu principal adversário, o tucano Geraldo Alckmin, alcançaria 27%. A senadora Heloísa Helena, do PSOL, chegaria a 8%. O senador Cristovam Buarque, do PDT, teria 1% dos votos, o mesmo percentual atingido por Rui Pimenta (PCO) e José Maria Eymael (PSDC). Luciano Bivar (PSL) não obteve 1%.

O Ibope fez pesquisa sobre a eleição presidencial em junho, mas como a lista de candidatos não era a definitiva, o instituto não fez comparações com os resultados atuais. Mas aquele levantamento mostra que diminuiu a diferença entre Lula e Alckmin. O presidente tinha 48% dos votos e o tucano, 19%. Lula, portanto, perdeu quatro pontos enquanto Alckmin subiu oito. Heloísa tinha 6% - subiu dois.

Apesar da vantagem, Lula seria reeleito no primeiro turno se as eleições fossem hoje. O Ibope mostra que ele teria 54% dos votos válidos (descontados os votos em branco, nulos e o percentual de indecisos). A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O instituto também simulou um eventual segundo turno entre Lula e Alckmin. O presidente venceria com 48% dos votos contra 39% do tucano. Em maio, pesquisa Ibope mostrava o petista com 53% enquanto Alckmin tinha 31%.

Presidente ostenta o maior índice de rejeição

Mesmo sendo o favorito hoje, Lula tem o maior índice de rejeição: 32% dos eleitores não votariam nele de jeito nehum. Heloísa fica em segundo lugar, com 19% de eleitores que não a escolheriam. Alckmin e Cristovam têm o mesmo índice, 17%.

Segundo o Ibope, quando o eleitor diz espontaneamente em quem vai votar, sem o estímulo de uma lista de candidatos, 38% ainda não sabem quem escolher para presidente.

O maior desafio de Alckmin é o Nordeste, onde Lula é o favorito com larga maioria - 66% contra 13% do tucano. Já no Sudeste eles estão tecnicamente empatados. O presidente alcança 37% e Alckmin, 34%. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, a diferença de Lula para o concorrente é de oito pontos de vantagem - 39% para 31%.

No Sul, o petista obtém seu pior desempenho, com 33% das preferências. Alckmin fica com 27%. .É a região onde Heloísa tem a melhor marca, de 10%, mesmo percentual que obteve no Norte/Centro-Oeste.

Lula é o candidato dos mais pobres. Na faixa que recebe até um salário-mínimo, tem 56% dos votos. E apesar do discurso em favor dos excluídos, Heloísa Helena tem mais votos entre os eleitores com renda superior a dez salários-mínimos:13%. Na parcela mais pobre, que ganha até um salário, a candidata alcança apenas 5% dos votos.

Já Alckmin ganha com folga de Lula entre os mais ricos, de 52% a 19%. É também o preferido de 41% dos eleitores com curso superior, faixa em que Lula tem 28%. Já no eleitorado que cursou até a 4ª série do ensino fundamental, Lula lidera com 54%. Entre esses eleitores, o tucano tem 19%.

O tucano e o petista brigam pelos votos da classe média: estão empatados com 36% dos votos no eleitorado que recebe entre cinco e dez salários-mínimos.

O Ibope ouviu 2002 eleitores de 22 a 24 de julho, em 142 municípios. A pesquisa foi registrada sob o número 11637/2006.