Título: Empresas são de segurança e informática
Autor: Jailton de Carvalho
Fonte: O Globo, 27/07/2006, O País, p. 9

Investigação resulta de operação realizada há dois anos no TCU

BRASÍLIA. As empresas investigadas na Operação Mãos à Obra prestam serviços de segurança e informática ao governo federal. As investigações são um desdobramento da Operação Sentinela, que resultou na prisão de altos funcionários do Tribunal de Contas da União (TCU) e de grandes empresas de segurança privada, há dois anos.

Para a polícia, a combinação de licitações tem sido uma prática disseminada no serviço público. Como exemplo, foram citadas as operações Sentinela e Vampiro, que desbaratou a máfia no sangue na área da saúde. Até o momento, os acusados ainda não foram punidos.

¿ Ao que tudo indica, a corrupção é generalizada ¿ disse uma das autoridades encarregadas da investigação.

CGU fará auditoria em outros 15 contratos

A operação conta com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU), que fará uma auditoria completa em cerca de 15 contratos das empresas.

Os 30 mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz José Airton de Aguiar Portela, da 12ª Vara Federal. Os investigados são acusados de fraude de licitações, formação de cartel, formação de quadrilha, além de corrupção ativa e passiva. A operação contou com a participação de 170 policiais.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informou ontem que a Polícia Federal recebeu todas as informações pedidas anteontem à noite sobre as licitações feitas pela Casa. Ele disse que o Departamento Jurídico do Senado está acompanhando o caso e que os envolvidos serão punidos.

¿ O Senado é uma Casa aberta e transparente e não deixará de fornecer qualquer informação solicitada pela Polícia Federal. Não nos recusamos a investigar os próprios senadores, que dirá os eventuais erros cometidos na burocracia da Casa ¿ disse.

Abin divulga nota dizendo que participou da operação

No início da noite de ontem, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teve um funcionário preso, divulgou uma nota para dizer que também ajudou a PF na operação. ¿Na manhã desta quarta-feira (ontem), a Abin, em conjunto com o Departamento de Polícia Federal, desencadeou uma operação interna com o propósito de desarticular suposto esquema envolvendo empresa prestadora de serviços de segurança¿, diz o texto. O diretor-geral da Abin, Mauro Marcelo de Lima e Silva, anunciou também a abertura de sindicância para investigar o envolvimento do funcionário com as irregularidades.