Título: PF PRENDE SERVIDOR DA ABIN POR SUSPEITA DE FRAUDE
Autor: Jailton de Carvalho
Fonte: O Globo, 27/07/2006, O País, p. 9

Operação apreende documentos em ministérios como o da Justiça e o de Minas e Energia e também no Senado

BRASÍLIA. Numa operação de combate à corrupção feita em parceria com o Ministério Público Federal, a Polícia Federal prendeu ontem o funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Geraldo Luiz Ferreira dos Santos, três empresários e dois empregados acusados de fraudar licitações na administração federal.

Na operação, batizada de Mãos à Obra, a PF apreendeu grande quantidade de documentos nos ministérios da Justiça, Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Transportes, Abin e no Senado. Também foram apreendidos papéis, dólares e euros nas sedes das empresas Conservo, Brasília Informática e Ipanema.

PF suspeita de fraudes em pelo menos 15 contratos

Segundo a PF, o esquema era chefiado por Vitor Cugula, dono da Conservo. Ele foi preso em Bicas, no interior de Minas Gerais. Entre os presos estão ainda José de Carvalho Araújo, dono da Ipanema, e Márcio Pontes, da Brasília Informática. Também foram detidos Paulo Duarte e Rosane de Souza, funcionários da Ipanema e da Conservo.

A PF, que suspeita de fraudes em pelo menos 15 contratos assinados entre essas empresas e os órgãos que tiveram documentos apreendidos, ainda não sabe o valor desviado pela organização. Apenas um dos contratos de prestação de serviços gerais assinado entre a Conservo e o Ministério da Justiça é de R$25 milhões. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, confirmou os indícios de fraude e disse que um dos funcionários suspeitos de envolvimento no escândalo foi afastado do ministério ano passado.

A polícia está investigando ainda o envolvimento de mais 14 empresários e funcionários públicos nas irregularidades. Segundo a PF, dirigentes da Conservo, Brasília Informática e Ipanema subornavam funcionários públicos em troca de informações privilegiadas. A partir de então, combinavam preços e os vencedores das licitações fraudadas. Os empresários também são acusados de pagar comissão a colegas de pelo menos quatro empresas de pequeno porte para ajudar na simulação das concorrências.

COLABOROU: Ilimar Franco