Título: IGP-M SUBIU MENOS ESTE MÊS: 0,18%
Autor: Patricia Duarte e Aguinaldo Novo
Fonte: O Globo, 28/07/2006, Economia, p. 27

Inflação em julho foi menor devido à queda em preços de insumos

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) desacelerou-se mais que o esperado em julho, por causa da queda em alguns insumos agrícolas e na indústria, mas o movimento não deve se repetir em agosto, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O IGP-M registrou alta de 0,18%, após um avanço de 0,75% no mês passado. No ano, o índice subiu 1,58% e nos últimos 12 meses, 1,39%.

¿ Os insumos industriais e agrícolas dividiram a responsabilidade pela desaceleração do IGP-M ¿ afirmou o coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros.

A queda nos preços de insumos foi generalizada e contribuiu para que o Índice de Preços por Atacado (IPA) subisse apenas 0,21%, contra 1,11% em junho. A redução nos preços da soja, por exemplo, gerou impacto negativo de 0,31 ponto percentual no IGP-M.

Outro fator que contribuiu para a desaceleração do IGP-M foi a menor pressão dos custos da mão-de-obra na construção civil. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,57%, depois de fechar junho com 1,45%.

O destaque de alta ficou concentrado no varejo. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou deflação de 0,08% ¿ o que representou avanço dos custos, uma vez que o IPC caiu 0,44% em junho. Mais uma vez, o grupo Alimentação foi a principal pressão no IPC. Segundo Quadros, o aumento nos preços de frutas, arroz e feijão, entre outros, gerou uma contribuição de 0,36 ponto percentual para o IGP-M. Combustíveis também pressionaram no varejo.

Já as reduções das tarifas de telefonia fixa e energia elétrica em São Paulo contribuíram para que o grupo Habitação fechassem com queda de 0,01%.