Título: PSDB PREVÊ CRESCIMENTO ACIMA DA MÉDIA DA AL
Autor: Tatiana Farah
Fonte: O Globo, 30/07/2006, O País, p. 18

Alckmin lançará programa de governo em 15 de agosto mas deverá evitar estabelecer metas em números

SÃO PAULO. Com lançamento previsto para 15 de agosto, o programa de governo do PSDB deve ser mais ¿pé no chão¿ e com perfil social. A geração de renda e trabalho é o carro-chefe, segundo o coordenador do projeto, João Carlos Meirelles, ex-secretário dos governos de Mario Covas e Geraldo Alckmin em São Paulo. Meirelles diz trabalhar com metas qualitativas e evita falar em números. Não quer repetir o que chamou de erro do presidente Lula, que, em 2002, afirmou que pretendia criar dez milhões de empregos. Usar a palavra ¿trabalho¿ no lugar de emprego é proposital:

¿ Não estamos falando de emprego, mas de trabalho ¿ disse Meirelles, referindo-se a possíveis esforços para dar oportunidade de renda às famílias atendidas pelo programa Bolsa Família. ¿ No Brasil, infelizmente, você tem só 42% da força de trabalho empregadas. Não queremos esperar uma fórmula que tenha todos os trabalhadores empregados para resolver o problema. É preciso resolver já. Trabalho pode ser desde pipoqueiro na rua, integrar uma cooperativa ou ser um pequeno empreendedor.

O PSDB não arrisca divulgar metas de crescimento e de taxa de juros, mas, segundo Meirelles, o partido discute índices. Ele apresenta um patamar mínimo: crescer acima da média da América Latina, este ano estimada em 4,5% pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina). O crescimento brasileiro foi de 2,5% do PIB em 2005.

Bolsa Família com regras mais rígidas

A paternidade do Bolsa Família, aliás, é reivindicada pelos tucanos. Eles afirmam que vão manter o programa. Segundo Meirelles, não haverá recadastramento das famílias atendidas porque as distorções não teriam relevância. O PSDB também descarta a limitação de prazo de participação no programa, que será apresentado pelo partido durante o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, a partir do próximo dia 15.

¿ Nós criamos o Bolsa Família no governo Fernando Henrique. Só não tinha esse nome. É uma síntese do Vale-gás e de outros programas, como o Bolsa-Escola. O Bolsa Família juntou isso, o que está muito correto. Só elogios para o procedimento de fazer essa ordenação ¿ afirmou Meirelles.

Economia da América latina é ponto de partida

Ele acrescenta que o programa será aperfeiçoado e que as regras para participação serão mais rígidas na cobrança de contrapartida das famílias.

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