Título: CIDADE AINDA ESTÁ DESPREPARADA, DIZEM OS ESPECIALISTAS
Autor: Fábio Vasconcelos e Luiz Ernesto Magalhães
Fonte: O Globo, 01/08/2006, Rio, p. 14

Os idosos no Rio têm direito a viajar de graça nos ônibus a partir dos 65 anos, prioridade no atendimento nas agências bancárias e aulas gratuitas de ginástica em praças, entre muitos outros benefícios. Eles também são responsáveis por 26% da renda das famílias da Região Metropolitana, conforme estudo do economista André Urani publicado domingo no GLOBO. Mas, segundo especialistas, a cidade ainda fica longe de estar pronta para conviver com o envelhecimento da população.

¿ Esse é um problema de todo Brasil: temos 18 milhões de idosos e apenas 660 especialistas formados em geriatria. No caso do Rio, são 150 geriatras. De resto, temos excelentes clínicos e cardiologistas que atendem aos idosos. Mas, na verdade, são pessoas que ganharam experiência envelhecendo junto com seus clientes ¿ explica Renato Veras, diretor da Universidade da Terceira Idade.

Renato aponta como outro problema a reduzida oferta de serviços especializados em geriatria nos serviços de saúde. Um problema que também é considerado grave pelo presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores, Carlos Eduardo (PPS), cardiologista que atende principalmente idosos. A comissão prepara uma audiência pública em setembro para discutir as condições de atendimento para a terceira idade. Um dos temas será a falta de geriatras de plantão nas emergências dos hospitais do estado e da prefeitura do Rio.

¿ Há outras dificuldades que comprometem o atendimento. Desde 1995, 3.710 leitos exclusivos para idosos foram fechados na cidade. Com isso, pacientes mais idosos ficam nas emergências deitados em macas misturados com outros doentes, aumentando o risco de contraírem infecções e terem seu estado de saúde agravado ¿ acrescenta.

O vereador cita outros problemas: a maioria dos leitos não tem escadas para o idoso, que geralmente enfrenta dificuldade de locomoção. Ou grades nas laterais para evitar quedas.