Título: Gabeira acusa PSB de aparelhar ministério
Autor: Alan Gripp e Maria Lima
Fonte: O Globo, 08/08/2006, O País, p. 11

BRASÍLIA. O sub-relator da CPI dos Sanguessugas, deputado Fernando destaque1'>gabeira (PV-RJ), acusou ontem o destaque3'>psb de aparelhar o Ministério da Ciência e Tecnologia para obter recursos do programa de inclusão digital. A CPI investiga irregularidades na aplicação de verba da pasta, que passou a ser alvo da máfia dos sanguessugas a partir de 2004. A liderança do destaque3'>psb na Câmara disse que as declarações de destaque1'>gabeira têm objetivo eleitoreiro e beiram ¿as raias da irresponsabilidade¿.

Liberações teriam ocorrido de forma irregular

O deputado acusou a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão ligado ao Ministério, de liberar R$ 4,2 milhões para projetos ¿de forma bastante irregular¿. Boa parte do valor, segundo destaque1'>gabeira, é proveniente de emendas ao Orçamento de deputados do destaque3'>psb e foi destinada a entidades destaque2'>acusadas de atuarem no esquema de fraudes comandado pela Planam. Algumas são de fachada.

destaque1'>gabeira disse ter informações de que o ex-secretário de Inclusão Digital Rodrigo Rollemberg facilitava a liberação de dinheiro proveniente de emendas de parlamentares do destaque3'>psb. E defendeu a convocação de Rollemberg, que é candidato a deputado federal pelo partido, para depor na CPI. destaque1'>gabeira defendeu ainda que a CPI ouça os depoimentos do ex-ministro da Ciência e Tecnologia Eduardo Campos, também do destaque3'>psb.

¿ Tento mostrar como um partido se apossou de um ministério, transformando-o em um ministério de compadres. O programa do horário eleitoral do destaque3'>psb foi gravado dentro de um desses ônibus. Tenho elementos para suspeitar que o partido usou a Secretaria de Inclusão Digital como trampolim para aprovar as emendas dos deputados do partido ¿ disse destaque1'>gabeira.

Em nota, Rollemberg colocou-se à disposição da CPI e disse que o ministério executou emendas individuais de parlamentares de todos os partidos. Afirmou ainda que, nos convênios realizados pela pasta, cabe às prefeituras ou instituições que recebem os recursos realizarem as licitações.

Em seu depoimento, o chefe da máfia dos sanguessugas, o empresário Luiz Antônio Vedoin, disse que passou a orientar deputados a destinar recursos ao programa de inclusão digital, em vez da saúde, por ser um filão mais lucrativo.

Ontem, a CPI recebeu fotos de dois ônibus comprados com recursos do ministério, a partir de emendas do ex-líder do destaque3'>psb na Câmara Paulo Baltazar (RJ), e que estão parados desde abril deste ano. Os ônibus, equipados com 12 computadores cada, estão parados na garagem da Viação Elite, em Volta Redonda, reduto eleitoral de Baltazar.

Apesar de terem sido adquiridos ano passado, os ônibus foram fabricados em 1998. Pelo menos outros seis deputados do destaque3'>psb destinaram emendas para programas de inclusão digital. O líder da bancada na Câmara, Alexandre Cardoso (RJ) é recordista, tendo recomendado gastos no setor de R$ 27,1 milhões, dos quais R$ 2,8 milhões foram liquidados. Em nota, Cardoso disse que o investimento na área é um compromisso do destaque3'>psb assumido publicamente.