Título: A contradição é permanente¿, diz tucano sobre Lula
Autor: Cristina Coghi* e Plinio Teodoro**
Fonte: O Globo, 12/08/2006, O País, p. 15

SÃO PaULO. O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo alckmin, criticou as informações dadas pelo presidente Lula para explicar a saída do governo do ex-ministro José Dirceu e afirmou que a ¿contradição do presidente é permanente¿ sobre esse assunto.

¿ Numa hora é amigo. Em outra pediu demissão. Depois foi demitido. Teve contradição também sobre Paulo Okamotto (presidente do Sebrae). a contradição é permanente. Isso vai aparecer ao longo da campanha ¿ disse alckmin, em entrevista ontem cedo à Rádio Bandeirantes.

O candidato ainda sugeriu que o governo federal tenta tirar proveito político com a insistência da oferta do envio de tropas do Exército ao Estado de São Paulo para combate ao crime organizado.

¿ Entendo que as Forças armadas, junto com a Polícia Federal, pode nos ajudar em um dos principais problemas, que é o tráfico de armas e de drogas. agora, o Exército brasileiro é para manobra militar, não é para manobra política ¿ disse o tucano, que se esquivou ao ser indagado sobre quem estaria usando a questão politicamente.

¿O PT diz que somos todos iguais. Não somos¿

Na entrevista concedida à rádio, alckmin reafirmou que apresentará um pacote anticorrupção ao país nos próximos dias. antes de esgotar o tema, o candidato voltou a criticar o PT, rejeitando a comparação sobre o comportamento ético entre os tucanos e os petistas.

¿ Eles (petistas) querem dizer que somos todos iguais. Não somos todos iguais não ¿ retrucou o tucano, destacando que, dos 72 parlamentares acusados de envolvimento no escândalo dos sanguessugas, 63 pertencem à base aliada do governo Lula.

ao ser indagado sobre a declaração do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro, que vinculou o PT às ações do crime organizado, alckmin disse não ter elementos para aprovar ou não os comentários.

¿- O PT disse que vai processá-lo. Vamos aguardar. Saulo terá que apresentar provas. Não me compete avaliar isso ¿ afirmou o candidato.

¿a campanha começa para valer na próxima semana¿

Mesmo com a perda de quatro pontos registrada pela pesquisa Ibope, Geraldo alckmin disse que está ¿absolutamente tranqüilo¿ em relação a seu desempenho. Ele registrou 21% contra os 46% do presidente Lula, que subiu dois pontos.

¿ Essa oscilação é normal. a campanha vai começar para valer na próxima semana. Temos aí uma avenida para crescer e estou absolutamente tranqüilo ¿ afirmou alckmin, que desvinculou a crise da Segurança Pública de São Paulo do seu recuo na pesquisa.

alckmin disse esperar um crescimento nas pesquisas a partir da próxima terça-feira, dia 15, quando começa a propaganda eleitoral gratuita na tv e no rádio.

¿ a eleição começa mais fortemente a partir de terça-feira. Nossa tarefa é ir para o segundo e vamos estar lá ¿ afirmou.