Título: ACM PREPARA MAIOR ATO DA CAMPANHA DE ALCKMIN
Autor: Adriana Vasconcelos e Gerson Camarotti
Fonte: O Globo, 27/08/2006, O País, p. 12

Ele tem que partir para o confronto¿

BRASÍLIA. O maior evento da campanha do candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, será em Salvador, no início de setembro, em mais uma tentativa de melhorar seu desempenho na região. Cerca de 500 prefeitos estão sendo convocados para o ato, organizado pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), com o objetivo de disseminar um discurso contundente contra Lula e seu governo.

A idéia é que Alckmin adote a linha agressiva na reta final de campanha para tentar chegar ao segundo turno.

¿ Alckmin tem que partir para o confronto. O programa de televisão esqueceu Lula. Alckmin tem que mostrar que este é um governo imoral, contaminado pelo valerioduto ¿ diz o senador Antonio Carlos Magalhães, que em 2002 apoiou Lula e, anos antes, renunciou ao mandato de senador para não ser cassado por ter violado o painel de votação do Senado.

Pesquisas apontam que o petista tem mais de 65% das intenções de votos no Nordeste, e Alckmin não chega a 15%. Governadores também serão chamados para o encontro com o tucano.

¿ Será um divisor de águas no Nordeste. Esse tipo de mobilização deve consolidar o apoio de prefeitos e líderes locais ¿ disse o coordenador-geral da campanha tucana, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).

Alckmin não apareceu nos programas de televisão de tucanos e pefelistas que disputam as eleições no estados nordestinos. A crise mais grave é no Ceará, do presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati. Lá estão sendo criados os comitês Lu-Lu, de apoio ao governador tucano Lúcio Alcântara e ao presidente Lula.

No Maranhão, a senadora Roseana Sarney (PFL), candidata ao governo, anunciou neutralidade na sucessão presidencial. No Piauí e no Rio Grande do Norte, o apoio dos aliados é tímido. Na Paraíba, o governador tucano Cássio Cunha Lima não se empenha em favor de Alckmin. O mesmo acontece em Alagoas, com o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB), candidato a governador com o apoio do senador Renan Calheiros (PMDB), um dos principais aliados de Lula. Em Pernambuco, Lula já apareceu no programa do governador Mendonça Filho (PFL) e Alckmin é ignorado.