Título: MP recorre contra candidatura de Laura Carneiro
Autor: Valéria Maniero
Fonte: O Globo, 25/08/2006, O País, p. 14

'Confio na Justiça e vou provar minha inocência', diz deputada, investigada no escândalo dos sanguessugas

O Ministério Público Eleitoral vai recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) que garantiu a candidatura à reeleição da deputada federal Laura Carneiro (PFL), citada no relatório da CPI dos Sanguessugas.

- Continuo convencido de que havia provas suficientes de irregularidade para o indeferimento do registro da candidatura dela. O Ministério Público vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para insistir na tese de que a deputada não pode ter seu registro deferido diante da vida pregressa dela, que a inabilita para o exercício de mandato - disse o procurador eleitoral Rogério Nascimento.

A deputada Laura Carneiro afirmou que o MP tem o direito de recorrer da decisão:

- Confio na Justiça e vou continuar fazendo campanha e provar minha inocência.

Com relação a outros candidatos acusados de envolvimento no escândalo, mas que tiveram os registros aprovados há mais tempo - como é o caso dos deputados Almir Moura (PFL-RJ), Carlos Nader (PL-RJ) e Reinaldo Betão (PL-RJ) - o Ministério Público poderá entrar com ação para cassar o mandato, se forem eleitos.

Segundo o procurador, o mesmo vale para candidatos como Itamar Serpa e Dr. Heleno, os novos acusados que podem entrar no relatório final da CPI. O MP não pode entrar com recursos contra eles porque não há mais tempo hábil.

- Caso eles venham a ser eleitos, o Ministério Público pode impugnar o mandato daqueles suspeitos de envolvimento em fraude, corrupção ou abuso de poder até 15 dias - disse o procurador, acrescentando que isso não se limita a sanguessugas, mas a quem tem uma vida pregressa que atenta contra a moralidade e "não é digno de exercer mandato eleitoral".

Segundo ele, cabe ao eleitor fazer seu próprio julgamento e não elegê-los em 1º de outubro. Em relação às criticas de que a instituição está se antecipando à comprovação do envolvimento dos acusados, o procurador foi enfático:

- Ou se tem uma Justiça Eleitoral ou não. Ou é para examinar provas ou é para conferir documentos. Não é caça às bruxas. Ainda há tempo para reunir provas, refletir, sem leviandades, sem pressa.

* do Extra