Título: MINISTRO CRITICA NÚMEROS DO IBGE
Autor: Fabiana Ribeiro
Fonte: O Globo, 25/08/2006, Economia, p. 27

Instituição estuda incluir, em 2008, as áreas do interior do país

BRASÍLIA e RIO. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, criticou ontem a pesquisa do IBGE, que registrou aumento do desemprego em julho. Segundo ele, o resultado é limitado, porque analisa apenas as regiões metropolitanas do país. Marinho argumentou que o emprego está aumentando no interior, situação que é constatada, por exemplo, no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e na Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.

- Não sei onde o IBGE encontrou esses números. As pesquisas no Brasil são limitadas e o crescimento do emprego está se dando em regiões não-metropolitanas - afirmou.

Perguntado se estava fazendo críticas ao trabalho do IBGE, Marinho tentou amenizar suas declarações.

- Não estou dizendo que (a pesquisa) é malfeita. O IBGE é respeitadíssimo - disse, lembrando que o instituto fez um seminário sobre como ampliar suas estatísticas para todo o território nacional.

Marinho afirmou que o país conseguiu criar, em menos de quatro anos de governo Lula, seis milhões de empregos. Ele explicou ter incluído em seus cálculos os 4,4 milhões de empregos registrados pelo Caged e os funcionários públicos contratados que trabalham em regime estatutário. E destacou que, se forem levados em conta os empregos informais e a agricultura familiar, o número de postos de trabalho criados na gestão Lula chegaria a oito milhões.

- Já temos 6,023 milhões de empregos até aqui, contando os trabalhadores em regime da CLT e os funcionários em regime estatutário. Se agregarmos os informais, vamos chegar a 8 milhões.

Segundo Cimar Azeredo, do IBGE, está em estudo a ampliação da PME, associada à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), que integraria o interior do país. A proposta deve ficar pronta em 2008.

- É cada vez mais premente uma pesquisa que inclua o interior. Porém, a PME não fica aquém, já que responde por 30% da população ocupada. Ainda assim, a pesquisa não dita a taxa de desemprego nacional.

O ministro anunciou que a linha de crédito FAT- Giro Setorial será estendida ao setor têxtil e de confecção, com aporte de R$800 milhões. O governo já havia estendido o mecanismo, destinado a aumento de capital de giro, a setores calçadista, moveleiro e de máquinas agrícolas. (Cristiane Jungblut e Fabiana Ribeiro)