Título: Região Nordeste concentra 44% do total das empresas de autogestão
Autor: Evandro Éboli
Fonte: O Globo, 27/08/2006, Economia, p. 38

De acordo com atlas, Rio tem apenas 723 cooperativas, ou 4,8% do total

BRASÍLIA. Quase metade dos cerca de 15 mil empreendimentos solidários está no Nordeste. Nessa região, estão 6.549 dessas empresas de autogestão, que representam 44% do total. O ¿Atlas da economia solidária¿, do Ministério do Trabalho, revela que as empresas deste segmento estão presentes em 2.274 municípios brasileiros, que representam 41% de todas as cidades do país.

Mas o Rio Grande do Sul é o estado que concentra o maior número de firmas solidárias: 1.634, ou 11% de todas as 15 mil. No Rio, são apenas 723, 4,8% do total.

A grande maioria dos empreendimentos solidários, 8.151, está organizada como associação (grupo de pessoas formalmente associadas). Outros 4.890 foram classificados pelo ministério como ¿grupo informal¿; 1.604 como cooperativa (associados são cotistas); e as 306 restantes se organizam como sociedade mercantil, entre outras formas.

Desemprego é o principal motivo de adesão

Quase metade das empresas solidárias atua no campo. As ¿atividades de serviços relacionados com a agricultura¿ são o ramo de atividade de 2.357 desses empreendimentos. Em seguida aparecem ¿fabricação de artefatos têxteis¿ (909); ¿cultivo temporário de produtos¿ (893); ¿cultivo de cereais¿ (830); ¿produção mista: lavoura e agropecuária¿ (757).

O ministério levantou também os motivos que levaram as pessoas a aderirem a esse modelo. Aparece, em primeiro lugar nessa lista, o ¿desemprego¿, seguido dos objetivos de ¿obter maiores ganhos¿ e ¿fonte complementar de renda¿; além de ¿desenvolver atividades onde todos são os donos¿, entre outras razões.

O governo apurou também a participação de homens e mulheres nos empreendimentos solidários. Os homens são maioria, 64%, entre os 1,250 milhão de associados. As mulheres, 36%. Quanto às dificuldades encontradas, 61% das empresas solidárias responderam ter problemas na comercialização; 49% disseram ter dificuldade para acessar crédito; e 27% não tiveram acesso a acompanhamento, apoio ou assistência técnica. Os associados e cooperados da região Norte sentem mais essas dificuldades.