Título: QUEDA DE HELOÍSA MUDA TOM DA CAMPANHA TUCANA
Autor: Cristiane Jungblut
Fonte: O Globo, 29/08/2006, O País, p. 8

Sem a garantia do segundo turno, os aliados de Alckmin insistem em discurso contra Lula

BRASÍLIA. Depois de passar quase dez dias no Ceará, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), desembarca hoje em Brasília evitando comentar a polêmica situação do partido em seu estado, mas com uma nova preocupação em relação à campanha do tucano Geraldo Alckmin: o desempenho da candidata do PSOL, a senadora Heloísa Helena (AL).

Programas terão surpresas, diz senador do PFL

O comando da campanha do PSDB contava com o crescimento da senadora, sobretudo depois do início do horário eleitoral gratuito, para ajudar a levar a eleição para o segundo turno. Sem essa ajuda, aliados apelam novamente para um discurso mais duro contra Lula.

¿ Essa queda do desempenho da senadora preocupa. Ela tem muito pouco tempo na TV e no rádio e não está sabendo adequar seu discurso a esses veículos. Por isso, temos de crescer ¿ admite Tasso.

A avaliação de aliados de Alckmin é a de que Heloísa precisa atingir pelo menos 15% dos votos para assegurar o segundo turno. Embora Alckmin tenha revertido o viés de queda depois do início do horário eleitoral, sua recuperação é lenta, enquanto os índices de popularidade e avaliação da administração Lula não param de crescer.

¿ Heloísa pode ajudar, mas precisamos chegar lá independente dela. O programa de Alckmin vai começar a mudar. Agora que a imagem dele está consolidada, vamos desconstruir a imagem de Lula ¿ disse o líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA).

¿ Alckmin vai ter que mostrar vigor. E a partir de agora, a campanha vai tomar outro rumo, num tom mais crítico. Vamos ter surpresas. Mas não posso antecipar porque quem vai pegar galinha não diz "xô!" ¿ disse o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), coordenador da campanha de Alckmin. (Adriana Vasconcelos e Gerson Camarotti)