Título: LULA INSTITUCIONALIZOU A MENTIRA¿, DIZ TASSO EM RESPOSTA A ATAQUE DO PT
Autor: Ricardo Galhardo
Fonte: O Globo, 30/08/2006, O País, p. 3

PFL também critica duramente referência à corrupção no governo FH

BRASÍLIA. A oposição reagiu de forma contundente ao programa de governo do presidente Lula, que afirma em seu texto que a corrupção era generalizada em 2002, na gestão comandada por PSDB e PFL. Tucanos e pefelistas resolveram usar o que chamaram de provocação do PT para aumentar o tom da campanha eleitoral. Para o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), Lula foi cínico.

¿ O principal e o mais grave desse governo é o cinismo. Lula institucionalizou a mentira. E quanto mais escandaloso o cinismo, mais a nação fica anestesiada, a ponto de intelectuais e artistas defenderem colocar a mão na cueca.

Em discurso no Senado, afirmou:

¿ Na busca inescrupulosa pelo poder, o governo Lula acabou criando três culturas perversas: a do não trabalho, a da corrupção e a da mentira. A do não trabalho com essas bolsas, o Pronaf e créditos consignados. A da corrupção quando prega que roubar é válido perante a população menos instruída. E a da mentira quando admite que mentir é normal.

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), rebateu a herança maldita:

¿ É impossível herança maior do que o presidente Lula deixou em termos de corrupção e falta de ética. Ele se especializou em mentir. Lula e o PT deixam para o Brasil uma história escrita com a tinta da corrupção e da incompetência.

Tucanos e pefelistas apostavam na estratégia petista de evitar polêmicas. Por isso o texto divulgado ontem serviu de combustível para a oposição esquentar o debate, mesmo contrariando estratégia do marketing de Alckmin.

¿ Esse programa do PT é uma projeção da corrupção praticada no governo Lula. Eles é que banalizaram a corrupção no Brasil ¿ afirmou o coordenador da campanha de Alckmin, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).

¿ É muita petulância dos ladrões juramentados do governo Lula saírem com essa moldura. Não apresentam metas e ousam falar de corrupção como se não fossem do PT Sílvio Pereira, Delúbio Soares ou o Paulo Okamotto. Em casa de enforcado, não se fala em corda ¿ disse líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN).

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) foi o mais agressivo nos ataques a Lula, que apoiou, contra o tucano José Serra, em 2002:

¿ Não gostamos de ladrões. A reação do Fernando Henrique foi excelente. É muito cinismo nos chamarem de corruptos. Apresento minha solidariedade ao Fernando Henrique diante das ofensas de um presidente que não sei se estava no seu estado normal, porque costuma utilizar o álcool para falar. O lugar de Lula é na cadeia.

Os petistas defenderam a abordagem:

¿ Eles entraram em surto porque querem que a sociedade acredite que o problema da corrupção no Brasil é o presidente Lula, quando não é. Eles não são os arautos da moralidade. Temos que pedir desculpas pelo caixa dois do PT, mas deixando claro que aprendemos com esse erro e não vamos repeti-lo. Mas até isso não começou no governo Lula, começou lá atrás com o Azeredo. O que é inconcebível é o PSDB e o PFL pregarem que o problema da corrupção começou a existir no dia 01 de janeiro de 2003. Tinha ou não tinha máfia das ambulâncias, vampiros e caixa dois antes de 2003? ¿ disse o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS).