Título: 'Vamos expulsar os vendilhões da pátria'
Autor: Lydia Medeiros
Fonte: O Globo, 30/08/2006, O País, p. 4

Em almoço de adesão, Alckmin acirra críticas ao presidente

SÃO PAULO E ARAXÁ (MG). Ao participar ontem de um almoço de adesão à sua campanha, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, radicalizou e acirrou suas críticas ao presidente Lula, a quem acusou de tratar um quadrilheiro (sem citar o nome) como irmão. Ele usou uma referência bíblica e disse que expulsará os vendilhões da pátria, referindo-se a políticos envolvidos em corrupção.

- Assim como Jesus expulsou os vendilhões do templo, vamos expulsar os vendilhões da pátria - disse ele, aplaudido de pé por 528 pessoas entre empresários, artistas e esportistas que pagaram R$1 mil pelo almoço destinado a levantar fundos para a campanha.

Alckmin citou os recentes casos de corrupção para atacar Lula, a quem acusou de ter abandonado a ideologia em nome do poder.

- Esse governo é uma coisa triste. Abraça e chama de irmão quadrilheiro e é violento com o Francenildo (Costa), aquele nordestino pobre que teve violado seu sigilo. Violento com o pobre, com o pequeno. E fraquinho com os que roubam o que é mais sagrado, que não é o dinheiro pessoal, é o dinheiro de todos - disse, referindo-se ao caseiro que acusou o ex-ministro Antonio Palocci de ter mentido, ao dizer que não freqüentava uma casa alugada em Brasília por ex-correligionários de Ribeirão Preto.

O candidato do PSDB ao governo, José Serra, não compareceu. Mas foram ao evento o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Cláudio Lembo (PFL), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), e o presidente do PPS, Roberto Freire.

Alckmin viajou para Minas e visitou Araxá e Ituiutaba com o governador Aécio Neves. O tucano disse que Lula está se aliando ao que "há de pior na política".

- Lula não tem projeto e um segundo mandato pode ser um desastre, porque não tem equipe, não tem maioria no Congresso e está aliado ao que há de pior na política.

COLABOROU: Luiz Fernando Rocha