Título: Lula erra de Parente ao falar do apagão
Autor: Regina Alvarez
Fonte: O Globo, 31/08/2006, O País, p. 8

Em ato falho, ele troca Expedito por Pedro

BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aproveitaram o primeiro seminário sobre biocombustível, promovido ontem pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), para criticar o governo Fernando Henrique. Para Lula, a política enérgica do governo passado impediu o desenvolvimento econômico do país, levando a economia brasileira a se arrastar como as pessoas dançando xaxado. Já Dilma afirmou que Lula recebeu o país com uma situação macroeconômica caótica e passou o primeiro ano fazendo as reformas necessárias.

¿ Foram 20 anos em que a economia se arrastou, mais ou menos como o xaxado. Arrastava só o pé, porque, se levantasse, gastava muita energia. A consequência só veio em 2001, quando o Brasil potente, vendido com galhardia nos quatro cantos do mundo, foi vítima de um apagão, que pouca gente esperava ¿ disse Lula, referindo-se ao racionamento de energia durante o governo FH.

O presidente estava tão voltado para o apagão que errou o nome do pesquisador Expedito Parente ¿ engenheiro químico que registrou a patente do biodiesel na década de 70 ¿ chamando-o de Pedro Parente, ministro da Casa Civil no governo Fernando Henrique e coordenador da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica em 2001.

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, se antecipou ao resultado das eleições e, em visita ao presidente do Senado, Renan Calheiros(PMDB-AL), discutiu um pacto com a oposição para facilitar a governabilidade no próximo governo. O gesto irritou líderes da oposição. O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE) chamou a iniciativa de farsa e disse que Lula não tem autoridade para comandar um pacto com a oposição.

¿ É um cinismo grande um ministro chegar aqui e se encontrar com um aliado para propor uma farsa.

COLABOROU Maria Lima