Título: Apertem os cintos que o Vladimir pirou!
Autor: Rodrigo March
Fonte: O Globo, 31/08/2006, O País, p. 16

Vladimir Palmeira parou mesmo nos anos 60! Seu programa eleitoral deve ter sido inspirado em ¿Hiroshima mon amour¿ ou qualquer outro filme-cabeça da época, daqueles que não importa em que momento da projeção você entre no cinema porque não vai entender nada mesmo.

Como 55% dos eleitores não assistem ao horário eleitoral, a coluna conta: Vladimir começou o programa de ontem mostrando um gráfico da corrida ao governo do Rio com cavalinhos (disputa, páreo, cavalos... essa foi fácil), e disse que o primeiro colocado é um ¿cavalo paraguaio¿. Você deve estar se perguntando como se falsifica um cavalo. Será pintando uma zebra de marrom? Mas é jargão do turfe!

E a história segue. O petista diz que cobram rapidez dele porque o tempo está voando e ele não decola e... surge um teco-teco, o Relâmpago, no qual ele põe hélices de helicóptero para ¿pousar suavemente¿ no meio do povo para trocar idéias. Cáspite! Aí acrescenta flutuadores de hidroavião para ¿não afundar no mar de lama da política¿ e diz que o antigo dono, o doutor Procópio (um anagrama? Um código secreto?), usava combustível de caixa dois e ele quer combustível novo, a energia do povo, com ¿uma pitada de esperança para que o avião decole¿. Tudo isso, eleitor, tendo como cenário um céu plúmbeo no qual aparece o dragão contra o qual São Jorge luta (o santo faz uma pontinha) e relâmpagos, claro, muitos relâmpagos. Como fecho de ouro, entra um clipe com o jingle da campanha, cujo refrão diz ¿minha terra tem Palmeira, onde canta o sabiá¿. E eu mesma já não estou me sentindo muito bem...