Título: TUCANOS TÊM R$21 MILHÕES EM CAIXA E QUEREM CHEGAR A R$45 MILHÕES
Autor: Mariza Louven
Fonte: O Globo, 01/09/2006, O País, p. 12

Principais doadores são empresários da indústria e do setor financeiro

SÃO PAULO. O comitê financeiro da campanha do PSDB à Presidência da República arrecadou até ontem, faltando um mês para o primeiro turno da eleição, R$21 milhões ¿ 25% do total de R$85 milhões projetados como teto para gastos na candidatura de Geraldo Alckmin. A informação é do principal responsável pelo comitê financeiro do PSDB, Miguel Reale Junior. Segundo ele, foram gastos até agora R$18 milhões do dinheiro captado, proveniente principalmente de doações de empresários das áreas financeira, industrial e de serviços.

Na prestação de contas que os partidos terão de fazer até a próxima quarta-feira, o PSDB estima superávit de R$3 milhões, volume que será somado a valores já comprometidos ¿ e não revelados ¿ por doadores para a reta final da primeira etapa das eleições. Até agosto, Alckmin contava com cerca de R$1,3 milhão para a campanha.

O comando de campanha lança na semana que vem novos canais para arrecadar fundos, por meio da internet e do 0800. A idéia, disse Reale Junior, é evitar um dos principais fantasmas dessa eleição, o caixa dois.

¿ As doações são feitas dentro da lei, para que não haja brecha de a campanha ser enquadrada por caixa dois.

Seguindo a linha de Alckmin, de que a campanha só começaria a partir do horário eleitoral gratuito, dirigentes tucanos decidiram investir nos programas de rádio e TV e destinaram à área de comunicação 60% do que foi arrecado ¿ aproximadamente R$12 milhões. O restante é usado para a compra de material e gastos com viagens.

Reale estima que até o fim do primeiro turno a campanha terá arrecadado R$45 milhões. Embora não revele nomes dos doadores, ele afirma que o resultado das pesquisas não tem afugentado o empresariado. Reale diz ouvir reclamações dos empresários, que temeriam represália por não doar ao PT.

¿ Eles pedem para que os nomes não sejam revelados por receio de serem procurados por outros candidatos e porque teriam medo de represália do governo.