Título: POLÍCIA PRENDE 13 E IMPEDE ASSALTO A BANCO EM SP
Autor: Ricardo Galhardo, Flávio Freire e Chico de Oliveir
Fonte: O Globo, 02/09/2006, O País, p. 8

Quadrilha também pertence à organização criminosa que comandou atentados no estado

SÃO PAULO. Treze homens foram presos ontem quando planejavam um assalto a banco em Botucatu, no interior de São Paulo. A polícia paulista afirma que os bandidos também pertencem à facção criminosa que, desde março, tem promovido ataques em São Paulo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o bando também faria o resgate de um detento em uma prisão do interior.

Os homens haviam alugado uma chácara e conseguido um uniforme de vigia do banco. O crime estava planejado para este fim de semana. Dez dos presos são de outra região do Estado, a Baixada Santista. Segundo o delegado Celso Olindo, foi a maior operação até hoje na cidade.

De acordo com a polícia, os presos são ligados ao traficante Anderson Rodrigues, o Nenê, um dos chefes da facção criminosa em Santos. Com a quadrilha, foram apreendidas 12 armas ¿ pistolas semi-automáticas, metralhadoras e revólveres ¿ e cinco carros.

O delegado Celso Olindo, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Botucatu, disse que a intenção da quadrilha era assaltar o Banco Bradesco da cidade. Os policiais teriam sabido do plano a partir de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça e interceptadas pela DIG de Santos.

¿ Eles falavam pelo celular que, com essa ação, ficariam de quatro a cinco horas contando onças (notas de R$50) ¿ disse o delegado.

A quadrilha estava escondida em um barco pesqueiro e foi presa ao amanhecer por 21 policiais.

¿ Eles chegaram a cronometrar o trajeto entre o pesqueiro e o banco ¿ disse o delegado.

Segundo a polícia, na operação de prisão não houve feridos. Na sexta-feira, outro integrante da quadrilha havia sido preso na cidade, Gerson da Cruz Pinho, o ¿Grilo¿, que estava foragido da cadeia de Mongaguá, no litoral Sul de São Paulo.

Segundo a PF, a mesma quadrilha que cavava o túnel em Porto Alegre também estava se preparando para cavar um túnel em Maceió, Alagoas.

Funcionário de banco pode ter ajudado em Porto Alegre

O superintendente da PF no Rio Grande do Sul, José Francisco Mallmann, disse ontem suspeitar que, em Porto Alegre, além de integrantes da mesma facção criminosa paulista, a quadrilha tenha a participação de algum funcionário do Banrisul.

¿ Queremos saber como eles (os bandidos) conheciam a localização dos cofres e como iriam chegar a eles e de que forma fariam para tirar o dinheiro sem que tocasse o alarme. Era uma operação muito complexa, e eles não estavam abrindo o túnel sem ter alguma informação. Como é que eles teriam certeza de que, no momento do ataque, o cofre teria dinheiro? ¿ questionou o superintendente da PF. Ele admitiu, porém, que não tem nenhum suspeito entre os funcionários do banco gaúcho.

(*) Do Diário de S. Paulo