Título: PF PRENDE ADVOGADO DE FACÇÃO
Autor: Paulo Yafusso
Fonte: O Globo, 05/09/2006, O País, p. 3

Já foram presas 12 pessoas em São Paulo e mais 12 são procuradas

SÃO PAULO. A Polícia Federal prendeu ontem um advogado acusado de integrar a facção criminosa que realizou ataques em São Paulo e assaltou o Banco Central de Fortaleza em agosto de 2005. Edson Campos Luziano, que tem escritório em São Bernardo, no ABC paulista, foi preso em sua casa, na mesma cidade. A polícia não revelou o tipo de envolvimento ou qual crime teria sido cometido pelo advogado, cujo notebook foi apreendido. A PF também divulgou o nome de mais dois presos no fim de semana, Marcelo Dias Oliveira e José Lúcio Costa, aumentando para 44 o número de prisões desde a semana passada, na Operação Facção Toupeira.

Ontem à noite, a PF esperava prender outro suposto integrante da facção. Segundo os agentes, ele seria ligado ao chefe da organização. No início da noite, a PF localizou ainda US$ 91 mil em uma casa em Ribeirão Pires, também no ABC Paulista.

Em São Paulo trabalham 150 agentes para cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça de Fortaleza. A Justiça vai decidir quais são os presos mais perigosos para que sejam transferidos para o presídio federal de segurança máxima, em Catanduvas, no oeste do Paraná. Até agora, a Superintendência da PF paulista cumpriu 12 mandados de prisão. Também foram seqüestrados três imóveis: uma chácara em São Bernardo, uma casa em São Paulo e outra em Peruíbe, onde a polícia encontrou R$470 mil do dinheiro roubado em Fortaleza.

Segundo fontes policiais, há mais 12 pessoas a serem presas. A operação da PF envolveu dez estados, entre eles Tocantins, onde os policiais recuperaram R$646 mil dos R$164,8 milhões roubados do Banco Central.

O pai do advogado preso, Honorato Luziano, disse que o filho é inocente:

¿ Meu filho diz que não tem nada contra ele. Fiquei sabendo pela televisão e não fizemos contato. A gente sabe que quem não deve nada não precisa ficar com medo. Advogado defende muita gente. É a função dele.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção São Paulo, não se manifestou sobre a prisão. Em seus registros na Ordem, Luziano sequer divulga seus telefones de contato ou o endereço de trabalho. Segundo o site da OAB, os dados do advogado estão pendentes de atualização.