Título: CONSELHEIROS VÃO ACUMULAR PROCESSOS
Autor: Maria Lima
Fonte: O Globo, 05/09/2006, O País, p. 5

Maioria dos casos de sanguessugas está nas mãos de 13 deputados

BRASÍLIA. Será concentrada em treze deputados do Conselho de Ética a maioria dos 67 processos contra os parlamentares acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Cada um desses treze relatores vai acumular três processos, num total de 39 casos (58% do total). O conselho é formado por 28 parlamentares. Decisão do colegiado aprovada há um mês permite que um conselheiro relate duas ou mais representações ao mesmo tempo.

Até o dia da eleição, 1º de outubro, contudo, sequer terá sido esgotado o prazo de cinco sessões de plenário para que os acusados apresentem defesa prévia ao órgão. Dos 67 processos, 34 serão relatados por titulares e 33 por suplentes.

Dos onze deputados da bancada do Rio citados pelo relatório da CPI dos Sanguessugas e que respondem a processos no conselho só dois terão como relatores deputados que já acumulam experiência no órgão, nos processos contra mensaleiros. Francisco Gonçalvez (PTB-RJ) terá como relator Nelson Trad (PMDB-MS), tido como severo: foi responsável pelo caso de Roberto Brant (PFL-MG) e pediu a cassação. Carlos Nader (PL-RJ) será julgado por Jairo Carneiro, que relatou três processos no conselho, inclusive o do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).

Almerinda Carvalho (PMDB-RJ) e Reinaldo Betão (PL-RJ) terão os processos relatados como por Neyde Aparecida (PT-GO), que defendeu os deputados da base do governo em suas intervenções no conselho. O processo contra Laura Carneiro (PFL-RJ) caiu nas mãos de Nelson Marchezelli (PTB-SP), que é suplente e também não havia relatado casos no conselho.