Título: NOVO PRESIDENTE DO TCU PEDE RIGOR NA CONDUTA
Autor: Letícia Lins
Fonte: O Globo, 06/09/2006, O País, p. 5

Guilherme Palmeira destaca preocupação ética

BRASÍLIA. Ao tomar posse na presidência do Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro Guilherme Palmeira criticou ontem os desvios de conduta e as atitudes antiéticas e afirmou que sua gestão será rigorosa na aplicação das leis. O ex-senador pelo PFL de Alagoas mandou um aviso aos que forem eleitos para cargos executivos e que estão sujeitos ao julgamento do tribunal.

- Aqui (TCU) se cultiva mais a compreensão e a moderação, enquanto a exaltação é típica da política, tão duramente atingida nos últimos anos por desvios de conduta e procedimentos antiéticos que abalam e comprometem a legitimidade da representação nacional - disse Palmeira. - Assumo a presidência do TCU com a vontade do cidadão brasileiro de ser rigoroso na aplicação das leis sem cometer injustiças, ser implacável com os desvios de recursos públicos sem distinção de categoria social, caráter ideológico ou função que exerça.

Nas eleições de 1994, Palmeira foi indicado pelo PFL para ser o candidato a vice-presidente na chapa do tucano Fernando Henrique Cardoso, mas foi substituído depois que se tornou público o fato de que um assessor de sua confiança recebera dinheiro de uma empreiteira.

Os ministros Márcio Thomaz Batos (Justiça) e Dilma Roussef (Casa Civil), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o vice-presidente da Câmara, Thomaz Nonô (PFL-AL) e o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio de Mello, compareceram à posse.

Palmeira elogiou a decisão da Justiça Eleitoral, que reviu norma pela qual não era causa da inegebilidade a rejeição das contas de governantes que recorreram à Justiça comum. Palmeira disse que lutará pela aprovação de duas leis que estão no Congresso, que permitem ao tribunal o acesso ao sigilo fiscal e bancário de autoridades e que tornam suas decisões auto executáveis.

Palmeira negou que seu discurso teve como alvo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que fazia referência a desvios de conduta ocorridos no âmbito do Executivo e do Legislativo, nas esferas federal, estadual e municipal.