Título: PARA TARSO, ATITUDE DE TUCANO MOSTRA DESESPERO
Autor: Lydia Medeiros
Fonte: O Globo, 06/09/2006, O País, p. 13

Ministro diz que denúncias são eleitoreiras

BRASÍLIA. A estratégia do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, de explorar os casos de corrupção que envolveram integrantes do governo Lula e do PT e de, com isso, tentar envolver o presidente Luiz Inácio Lula da Silva provoca as primeiras reações no Planalto. Para o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, a atitude de Alckmin é "desesperada e de extrema pobreza política" e as "denúncias eleitoreiras" não surtirão efeito nas pesquisas.

Segundo o ministro, a coordenação de campanha da reeleição tem pesquisas internas indicando que a população rejeita essa tática. Ele ainda procurou minimizar o crescimento de Alckmin nas últimas pesquisas. Mas Lula irá reforçar sua campanha no Sul do país, onde o tucano mais cresceu nas últimas semanas. Sexta-feira Lula terá agenda de presidente e depois fará comício no Rio Grande do Sul.

- Isso demonstra uma pobreza política extrema. É a tentativa desesperada de reverter um quadro que lhe é desfavorável. Ele tem o direito de fazer esses ataques, porque o contencioso democrático permite esses excessos, mas não vai ter qualquer efeito - disse Tarso.

Tarso ainda chamou de "versões" a nova declaração do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), de que avisou Lula sobre a existência do mensalão entre os parlamentares e que o presidente não fizera nada. Segundo disse Perillo esta semana, depois de ser alertado, Lula teria dito: "Você cuida dos seus (parlamentares) que eu cuido dos meus".

Esse detalhe não havia sido dado ainda por Perillo. No auge do escândalo do mensalão, ano passado, o então governador enviou uma carta ao Conselho de Ética da Câmara dizendo que relatara ao presidente rumores de pagamento de mesada a deputados e que Lula teria respondido que não sabia e que tomaria providências.

Tarso Genro argumentou que Lula foi isento de qualquer envolvimento, em todas as investigações:

- É mais uma versão. O Perillo está apoiando o Alckmin e pode colocar as versões que ele achar importantes para o debate político. São versões do debate político. O presidente Lula já respondeu a todas essas questões através de ações duras contra a corrupção. Estão tentando reprisar questões que já foram combatidas à exaustão nas CPIs, nas investigações da PF, da CGU - disse o ministro das Relações Institucionais.