Título: MUITA FAMA E POUCA GRANA
Autor: Raquel Miura, Ismael Machado e Flávio Freire
Fonte: O Globo, 06/09/2006, O País, p. 4

Artistas, atletas e personagens de escândalos arrecadam pouco

BRASÍLIA. A fama pode trazer votos, mas pelo menos até agora não levou dinheiro ao caixa de campanha de artistas, cantores e personagens dos últimos escândalos políticos, mostram os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O estilista e apresentador de TV Clodovil, que tenta vaga na Câmara pelo PTC-SP, arrecadou R$26,70. Na declaração entregue pelo candidato, não há registro de despesas. Campanha ainda mais franciscana é a do humorista e cantor Juca Chaves (PSDC). Candidato ao Senado pela Bahia, Chaves não obteve doações.

O cantor forrozeiro Frank Aguiar, candidato a deputado federal (PTB-SP), declarou arrecadação de R$80 mil e despesas de R$36,7 mil. O judoca Aurélio Miguel, medalha de ouro nas olimpíadas de 1992 em Barcelona e candidato a deputado federal (PL-SP), informou ter arrecado R$56 mil. Gastou R$41 mil.

Os candidatos que tentam tirar proveito da fama obtida durante crises recentes conseguiram até aqui rasas doações. Fernanda Karina Somaggio (PMDB-SP), ex-secretária do publicitário Marcos Valério, que esteve no centro do escândalo do mensalão ao afirmar que o ex-patrão levava malas de dinheiro a Brasília, arrecadou R$13 mil para sua campanha a deputada federal e já gastou quase tudo com publicidade e eventos de promoção de sua candidatura. O empresário e ex-dono de restaurantes no Congresso Sebastião Augusto Buani (PTdoB-DF), que ficou conhecido ao admitir que pagou propina (mensalinho) ao ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti, arrecadou até aqui pouco mais de R$7 mil.