Título: SENADO TAMBÉM APROVA AUMENTO PARA SERVIDORES
Autor: Gerson Camarotti
Fonte: O Globo, 07/09/2006, O País, p. 10

Planalto deu sinal verde para Renan pôr proposta em pauta um dia depois de votação na Câmara

BRASÍLIA. Apenas um dia depois da votação na Câmara dos Deputados, o Senado aprovou ontem o aumento para os servidores da Justiça Federal, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União, que vai representar impacto nas contas públicas de R$5,2 bilhões em três anos. Pressionados por funcionários públicos que faziam um forte lobby no Congresso durante toda a semana, os senadores tiveram pressa em votar o reajuste.

A proposta foi colocada na pauta depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu o sinal verde do Palácio do Planalto. A sessão foi acompanhada por assessores parlamentares do governo. Antes mesmo da votação, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), já dava como certa a aprovação dos projetos de lei que tratavam do aumento e reestruturação das carreiras desses servidores. Havia um acordo firmando entre a Casa Civil da Presidência e o Poder Judiciário para a aprovação da matéria.

Nos últimos meses, parlamentares petistas passaram a assumir uma defesa entusiasmada do aumento dos servidores. Com forte base sindical entre o funcionalismo público, representantes do PT também pressionaram pelo acordo no Planalto. Os reajustes foram votados em tempo recorde no Congresso. Como na Câmara, senadores da base aliada aproveitaram o momento para marcar a participação do governo no acordo que permitiu a tramitação dos projetos.

¿ Esse aumento é justo e fruto da negociação feita entre Judiciário e Executivo para a recomposição dos salários. Há perfeita adequação financeira para o pagamento do aumento, que será dado de forma parcelada ¿ disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).

Levando-se em conta as medidas provisórias aprovadas anteontem e a proposta aprovada ontem pelo Senado, o aumento dos servidores federais já representa um impacto no Orçamento da União de R$16,5 bilhões até 2008.