Título: TAXA PARA OS MAIS POBRES TEVE DEFLAÇÃO
Autor: Cássia Almeida
Fonte: O Globo, 07/09/2006, Economia, p. 27

Usado como base para a negociação dos dissídios coletivos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou deflação em agosto de 0,02%, puxada pela queda de 0,27% nos preços dos alimentos. O índice, também pesquisado pelo IBGE, mede a variação de preços de famílias que ganham de um a seis salários mínimos. No ano, a taxa acumula alta de 1,16%. Nos últimos 12 meses, de 2,87%. Em julho, o índice ficara em 0,11%.

Também no INPC, os transportes mostraram recuo nos preços, de 0,18%. O taxista Omar Soares percebeu essa pequena diferença de julho para agosto.

¿ Notei uma pequena redução no preço do álcool, mas, mesmo assim, em alguns lugares está muito caro. Pesquisando muito é possível achar o álcool bem mais barato ¿ disse o taxista, ao abastecer num posto no Centro do Rio, onde o litro do álcool custa R$1,799, valor que era de R$1,899 em julho.

A inflação teve um comportamento bem diferente nas nove regiões metropolitanas pesquisadas. No Rio, por exemplo, a inflação pelo IPCA ficou em 0,37%, e, em São Paulo, em 0,15%. Houve deflação em Recife (-0,04%), Salvador (-0,25%) e Curitiba (-0,11%):

¿ Esse comportamento diferente acabou distanciando as projeções do resultado captado pelo IBGE. Como as coletas prévias são feitas basicamente no Rio e São Paulo, houve essa diferença grande. Uma média das duas capitais ficaria em 0,12%, mais próximo das projeções ¿ explicou o professor da PUC Luiz Roberto Cunha.

Assim, o grupo alimentação, que apresentava altas de até 0,40% nas prévias, pela coleta do IBGE ficou em 0,07% no IPCA e em -0,27% no INPC. (Cássia Almeida)