Título: ENCONTRO DO G-20, NO RIO, REUNIRÁ MAIS DE 20 MINISTROS DO MUNDO TODO
Autor: Eliane Oliveira
Fonte: O Globo, 07/09/2006, Economia, p. 28

Países voltarão a conversar sobre rodada da OMC, suspensa em julho

BRASÍLIA. Mais de 20 ministros haviam confirmado, até ontem, presença na reunião do G-20 ¿ formado por nações em desenvolvimento que tratam exclusivamente de agricultura na Rodada de Doha ¿ neste fim de semana, no Rio. É a primeira vez, desde julho, quando as negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) foram suspensas, que representantes de grupos e países de praticamente todo o planeta voltarão a conversar sobre o tema, com o objetivo de relançar a rodada.

O evento terá um escopo maior do que o programado. Além do G-20 ¿ que, na verdade, tem 21 países e deverá receber, no sábado, a adesão de Peru e Equador ¿ estarão reunidos os coordenadores do LDC (sigla em inglês do grupo de países menos desenvolvidos do mundo); do G-33, que defende um tratamento especial, devido à forte presença da agricultura de subsistência; do ACP(países de África, Caribe e Pacífico que são ex-colônias européias); e o secretário-geral da OMC, Pascal Lamy.

Congresso aprova medidas para integração do Mercosul

A representante comercial dos EUA, Susan Schwab, o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, e o ministro da Agricultura e da Pesca do Japão, Shoichi Nakagawa, vão se reunir no domingo, em audiências separadas, com os líderes do G-20, com destaque para Brasil e Índia.

¿ Não será uma reunião negociadora. O que há de mais positivo é que todos os que estarão no Rio mostrarão seu descontentamento com a suspensão da Rodada de Doha. E a presença dos representantes dos países desenvolvidos é uma sinalização importante de que há boa vontade em se resolver o problema da agricultura ¿ disse o diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, Roberto Azevedo.

Em um acordo de líderes da Câmara e do Senado, o Congresso aprovou, na noite de terça-feira, dois projetos de decretos legislativos que devem dar um impulso no debilitado processo de integração política do Mercosul: o Fundo para a Convergência Estrutural (Focem) e o Parlamento Comum do bloco. A implementação depende agora do Legislativo argentino.

Criado em 2004, mas ainda sem funcionar, o Focem deverá ter um orçamento de cerca de US$100 milhões por ano. O objetivo é reduzir as assimetrias no Mercosul, através do financiamento de projetos e programas de infra-estrutura e desenvolvimento nas regiões menos favorecidas. Já o Parlamento do Mercosul, cuja sede será em Montevidéu, no Uruguai, tem instalação prevista para o fim deste ano.