Título: FORTALECIDO, CONSELHO DE ÉTICA SE TORNA ALVO DE COBIÇA DE DEPUTADOS
Autor: Evandro Éboli
Fonte: O Globo, 10/09/2006, O País, p. 17

Corrida para novo colegiado já começou; Ricardo Izar tentará a reeleição

BRASÍLIA. O Conselho de Ética da Câmara virou alvo de cobiça dos parlamentares. Não bastasse a visibilidade que o colegiado alcançou em 15 meses de investigações de mensaleiros e sanguessugas, a aprovação do voto aberto em caso de cassação de mandato poderá dar ainda mais peso ao conselho, com 15 votantes. Lá, os acusados de quebra de decoro, e os partidos que os protegem, vão investir tudo para salvar mandatos. No plenário, onde são 513, com o fim do voto fechado, vai ficar mais difícil.

Diante disso, já começou, ainda de forma velada, a corrida para a presidência do órgão na próxima legislatura, a partir de fevereiro. O atual presidente, Ricardo Izar (PTB-SP), não esconde que gostaria de ser reeleito. E defende até que o futuro conselho mantenha seus integrantes:

¿ São deputados que já têm experiência, e teremos muito trabalho em 2007. Não pode ser ninguém de primeiro mandato.

Nunca houve disputa entre os partidos pela presidência do conselho, como ocorre com as comissões de Constituição e Justiça e de Orçamento. Há um rodízio entre os partidos por essas presidências, respeitando o tamanho de cada bancada.

Em 2007, a atenção vai estar voltada novamente para o Conselho de Ética. Dificilmente os processos contra os 67 deputados acusados pela CPI dos Sanguessugas vão estar encerrados. Os casos dos que respondem por quebra de decoro que forem reeleitos vão prosseguir.