Título: CABRAL ANUNCIA QUE VAI ACABAR COM NOVA ESCOLA, CRIADO POR GAROTINHO
Autor: Cláudia Lamego
Fonte: O Globo, 12/09/2006, O País, p. 4

Candidato critica programa de gratificação de professores por desempenho

O candidato do PMDB ao governo do estado, Sérgio Cabral Filho, prometeu ontem acabar com o Nova Escola, gratificação por desempenho dos professores da rede estadual. Segundo Cabral, o projeto, criado há seis anos pelo ex-governador Anthony Garotinho, seu aliado político, é um equívoco. Em entrevista ontem ao ¿RJ-TV¿, da Rede Globo, o peemedebista disse que, se eleito, vai aumentar o salário-base dos professores, mas não se arriscou a dizer quando.

¿ Há mais de dez anos o professor não tem reajuste. Vou acabar com essa gratificação que é o Nova Escola, que é um equívoco para o professor, ele não carrega isso para a aposentadoria. Vou aumentar o piso, implantar o plano de cargos e salários. Educação tem que ser prioridade na folha de pagamento. O Nova Escola não é o melhor caminho, o melhor caminho é o salário real, no bolso do professor. ¿ afirmou Cabral, não se arriscando a dizer quando concederá o reajuste: ¿ Durante os quatro anos. Vamos começar resolvendo o problema do custeio. Na educação, o custeio é muito alto, vamos reduzir para investir em folha de pagamento. R$1,4 bilhão é o que representa a folha de pagamento do Magistério, para ativos e inativos. ¿ concluiu.

Mais críticas à gestão de Rosinha Garotinho

Como de costume, Cabral também fez críticas à segurança pública do estado governado por Rosinha Garotinho (PMDB) e reclamou de sua gestão na saúde. O candidato disse que a Polícia Militar precisa aprender com as Forças Armadas sobre logística de presença nas ruas. Ele prometeu implantar um novo turno para a PM, de 18h à meia-noite.

¿ É incrível que entre as 18h e meia-noite é a hora que tem menos policial militar nas ruas do Rio. É um negócio absolutamente contraditório, é a hora do rush, as pessoas estão se deslocando para casa. Temos que rever a logística da presença da PM. Quero usar o know-how das Forças Armadas.

Para aumentar o policiamento, prometeu criar 22 mil vagas na PM e investir no preparo dos novos policiais. Perguntado se baixaria o nível das provas de um provável concurso, já que na última prova apenas 800 candidatos foram aprovados, Cabral negou.

¿ Pelo contrário. Hoje temos 38 mil na PM e vamos chegar a 60 mil. Temos que aprofundar o preparo dos nossos praças e reciclá-los do ponto de vista acadêmico, físico e do conhecimento de tecnologia da informação.

Sobre o combate ao crime nas favelas, Cabral disse que, além do projeto de criação de ruas e equipamentos públicos, a polícia estadual vai trabalhar com inteligência e em parceria com a Polícia Federal.

Na saúde, Cabral disse que vai implementar o plano de cargos e salários e criticou os gastos do governo com serviços terceirizados na área.

¿ Aprovei, quando era presidente da Alerj, o plano de cargos e salários para os profissionais da Saúde, que infelizmente não foi implementado. Vamos implementar.

Sandra Cavalcanti aparece no programa do candidato

A polêmica ex-deputada Sandra Cavalcanti, lembrada principalmente pelos projetos de remoção de favelas na década de 70, apareceu ontem no programa eleitoral de Cabral. No depoimento, ela limitou-se a falar sobre a trajetória do político.

COLABOROU Ludmilla de Lima