Título: NAMORADA DEPÕE HOJE COMO TESTEMUNHA
Autor: Tatiana Farah
Fonte: O Globo, 12/09/2006, O País, p. 14

Carla Cepollina, porém, terá que entregar roupas do dia do crime à polícia

SÃO PAULO. A advogada Carla Cepollina terá de entregar as roupas que vestia no dia da morte do namorado à polícia. O delegado Armando de Oliveira Costa Filho, chefe do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), informou que ela foi convocada para depor hoje na condição de testemunha. Mas nenhuma das outras testemunhas que serão ouvidas, inclusive familiares do coronel e funcionários do prédio, terão de apresentar roupas para os exames periciais.

Policiais contaram ao GLOBO que Carla teria dito, porém, que não falará na delegacia, mas apenas em juízo. Ontem, as informações dadas por ela à polícia foram consideradas uma ¿conversa informal¿, já que Carla estaria muito abalada com a morte. Nessa conversa, ela negou ter atirado no namorado.

Namoro já durava dois anos, mas passava por crise

Carla namorava Ubiratan há dois anos. Amigos do casal disseram que ela era ciumenta e que o namorado tinha amantes. O casal estaria em crise. A suposição da polícia é que o coronel tenha recebido o telefonema de uma amante, o que chateou Carla, originando a discussão. Não há confirmação de que a briga tenha relação com o crime.

Depois que os assessores de Ubiratan foram procurá-lo em seu apartamento e não foram atendidos, no domingo à noite, seguiram para a casa de Carla, no Brooklin, para pegar uma chave reserva. Ela teria entregado a chave. Advogada, ela chegou ontem ao DHPP acompanhada da mãe, a também advogada Liliana Prinzivalli, que a representará no caso.

Ao sair da delegacia, mãe e filha se negaram a dar entrevista. Como muitos jornalistas aguardavam na porta, elas voltaram para o interior do prédio. Saíram pouco depois, pela garagem, em um carro da polícia. Carla não atendeu o telefone celular nem o telefone do escritório que mantém com sua mãe até a noite de ontem.

Líder estadual do PTB e companheiro de Ubiratan na Assembléia Legislativa, o deputado estadual Campos Machado disse que, nos poucos contatos que teve com Carla, achou a namorada do coronel uma moça ¿bastante equilibrada¿. (Tatiana Farah e Ricardo Galhardo)