Título: CLARO: SENHA PARA LIBERAR CELULAR VALE SÓ PARA 21 MIL CLIENTES DE PÓS-PAGO
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Fonte: O Globo, 12/09/2006, Economia, p. 27
Empresa esclareceu medida apenas ontem, e dado da Anatel era equivocado
A Claro informou ontem que a senha exigida para que os clientes possam fazer ligações de celulares TDMA, bloqueio adotado desde o último dia 5, atinge apenas cerca de 21 mil usuários dos planos pós-pagos ¿ 14 mil no Rio e no Espírito Santo, além de 7.200 no interior de São Paulo. Somente ontem, a operadora esclareceu que a medida não afeta todos os clientes da tecnologia TDMA. A Claro tem 3,6 milhões de clientes nesse sistema. Na sexta-feira, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) havia dito equivocadamente ao GLOBO que o número de clientes dessa tecnologia na Claro era de 13 milhões ¿ volume citado pelo jornal em reportagem publicada no sábado e que, na verdade, representa o total de usuários de TDMA no país.
Ao tomar conhecimento do bloqueio de linhas TDMA na semana passada, o GLOBO entrou em contato com a Claro pedindo informações. A empresa não se dispôs a conceder entrevista e limitou-se a enviar uma nota de esclarecimento ao jornal. No texto, a empresa não informava quantos nem quais usuários seriam atingidos, dizendo apenas que ¿desde o dia 21 de agosto, vinha informando aos seus clientes de tecnologia TDMA, por carta ou por ligações para telefones fixos, sobre a nova medida de segurança adotada pela operadora para reduzir os índices de clonagem detectados nessa tecnologia¿.
Como, em sua nota, a empresa não informava quantos seriam esses clientes de TDMA, o GLOBO buscou a informação no órgão regulador do mercado e publicou o dado oficial. Ainda naquele momento, a empresa limitou-se a dizer que a medida, de fato, atingia clientes de tecnologia TDMA em todo o país.
Segundo a Claro, a exigência de senha ¿ que tem de ser digitada a cada oito horas ¿ foi adotada para proteger os clientes contra a clonagem. A empresa, no entanto, não quis informar números que comprovassem o aumento desses casos de clonagem, ¿por questões de segurança¿. Consumidores encararam a medida como uma estratégia para forçá-los a migrar para o sistema GSM, que não foi atingido pelo bloqueio.
Apesar de admitir que as linhas pré-pagas também podem ser clonadas, segundo a operadora, os celulares pós-pagos seriam os mais visados pelas quadrilhas de fraudadores.