Título: POLÍCIA APREENDE PANFLETOS CONTRA SÉRGIO CABRAL
Autor: Valeria Maniero e Cassio Bruno
Fonte: O Globo, 16/09/2006, O País, p. 13

Pastor da Assembléia de Deus e guarda foram detidos; eles disseram que trabalhavam para Crivella e depois negaram

Quatro pessoas foram detidas, entre elas um pastor da Assembléia de Deus e um guarda municipal, por distribuir panfletos apócrifos contra o candidato ao governo do Rio Sérgio Cabral (PMDB), quinta-feira à noite, em Irajá. Na abordagem, segundo policiais da 27 ªDP (Vicente de Carvalho), os homens informaram ser militantes do PRB, partido de Marcelo Crivella, o que negaram na hora de registrar a ocorrência. A polícia os liberou mas apreendeu 1.087 panfletos com o título: ¿Alerta à família brasileira¿, afirmando que o candidato quer tornar legal a união dos gays:

¿Deus nos ensina a amar a todos sem exceção e, nós como cristãos, amamos os homossexuais, mas não o homossexualismo. Ao permitirmos a aprovação de tal lei, estamos incentivando-os a continuar essa prática condenada por Deus¿, diz o panfleto, que traz foto de dois homens se beijando e de Cabral com o ex-deputado Roberto Jefferson.

Segundo policiais, o pastor-obreiro Iran dos Santos Dias disse que fazia a distribuição com a ajuda do guarda municipal Alexandre Bessa de Castro, do ambulante Paulo Roberto Ferreira da Silva, e do eletricista Adriano Lemos Gonçalves. O responsável seria o pastor Jansen que foi intimado e não compareceu.

A investigação, que apura crime de divulgação de fato inverídico e calúnia em propaganda eleitoral, será enviada à Polícia Federal. O caso foi comunicado ao TRE. No dia 13, o advogado de Cabral Walter Laudier Ângelo já havia solicitado à chefia de Polícia Civil abertura de investigação para apurar a autoria da propaganda apócrifa.

Cabral repudiou o caso e disse que está nas mãos da Justiça Eleitoral ¿essa infâmia, injúria e difamação¿.

Crivella rebateu:

¿ Que ele defenda a união civil de homossexuais é público e notório. Isso não é motivo para prender ninguém.

(*) do Extra