Título: GOVERNO LULA AVANÇOU NO EMPREGO E NA REDUÇÃO DA DESIGUALDADE DE RENDA
Autor: Luciana Rodrigues
Fonte: O Globo, 16/09/2006, Economia, p. 28

Já nos anos FH houve universalização do ensino e maior acesso a bens

A menos de um mês para o primeiro turno das eleições presidenciais, os números da Pnad mostram que, se nos anos do governo Lula houve uma melhoria significativa no mercado de trabalho e uma redução maior da desigualdade de renda, o período que abrange a gestão Fernando Henrique Cardoso foi marcado por avanços na educação e por um maior acesso das famílias brasileiras a bens duráveis, como geladeira, fogão e televisão.

Entre 1995 e 2002 (primeiro e segundo mandato de Fernando Henrique), a taxa de desemprego subiu de 6,1% para 9,2%. Com o Plano Real e a estabilização dos preços, a renda do trabalhador aumentou 30,8% entre 1993 e 1996 (não houve Pnad em 1994). Mas, desde então, os brasileiros amargaram cinco anos consecutivos de perda de renda, até 2003, início do governo Lula, quando a queda foi recorde: 7,6%.

Entre 95 e 2002, crianças fora da escola caíram a 3,1%

A partir de 2004, porém, houve uma virada no mercado de trabalho. Entre 2002 e 2005, cresceu o emprego formal (16,2%), aumentaram as vagas na indústria (12,6%) e o número de trabalhadores ocupados (8,14%). Depois da queda recorde de 2003, a renda ficou estável em 2004 e subiu 4,6% no ano passado.

Segundo especialistas, os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, tiveram papel fundamental na redução das diferenças de renda. Entre 2002 e 2005, o índice que mede a desigualdade de renda nos domicílios recuou 3,8% ¿ em três anos, uma queda superior à dos dois mandatos de Fernando Henrique (3,2%).

Mas, no governo Lula, os avanços na educação não foram a passos tão largos quanto na era Fernando Henrique. A segunda metade dos anos 90 consolidou a universalização do Ensino Fundamental. Entre 1995 e 2002, a parcela de crianças de 7 a 14 anos fora da escola caiu de 9,8% a 3,1%. Segundo especialistas, o Fundef, criado para financiar o Ensino Fundamental e que entrou em operação em 1998, deu impulso à educação.

O governo Fernando Henrique também está à frente no acesso a serviços públicos, que, até o início dos anos 90, estavam ausentes em boa parte dos lares brasileiros. A privatização da telefonia mudou o perfil das comunicações no país e o acesso ao serviço mais do que dobrou: em 1995, menos de um quarto dos lares tinham telefone; em 2002, já eram 61,7%.

O governo Fernando Henrique também foi marcado pela explosão no consumo de eletrodomésticos, com a inflação sob controle. A parcela de lares com geladeira subiu de 74,9% em 1995 para 86,7% em 2002.