Título: BNDES: mínimo reduz desigualdade
Autor: Luciana Rodrigues, Leticia Lins e Lino Rodrigues
Fonte: O Globo, 16/09/2006, Economia, p. 32

O aumento salário mínimo reduz a desigualdade de renda não apenas no mercado de trabalho, mas também para a população em geral, segundo o economista Antonio Prado, do BNDES. No dia em que o IBGE divulgou a Pnad 2005, que mostrou, pela primeira vez desde 1996, um ganho de renda do trabalhador, o boletim ¿Visão do Desenvolvimento¿ do BNDES entrou no debate sobre a importância do piso salarial para a desigualdade.

A avaliação de Prado contesta um estudo publicado no fim de agosto pelo economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS-FGV). No levantamento, Neri alegava que os reajustes do salário mínimo poderiam já estar esgotando sua capacidade de diminuir a concentração de renda.

Já o estudo de Prado, publicado esta semana, destaca que, desde 1994 o salário mínimo subiu mais do que a cesta básica e que, a partir de 2003, quando o valor da cesta se estabilizou, o salário continuou crescendo.

¿Isso faz com que o salário mínimo esteja atualmente cerca de duas vezes maior que o valor da cesta. Exatamente, 75% acima. Essa é uma novidade histórica, pois nunca houve um período tão longo de crescimento nominal do mínimo com estabilidade¿, pondera o economista.