Título: PSDB JÁ DISCUTE SUCESSOR DE TASSO JEREISSATI
Autor: Adriana Vasconcelos
Fonte: O Globo, 17/09/2006, O País, p. 10
Aproximação entre Alckmin e Aécio pode ser prévia de aliança
BRASÍLIA. O candidato à Presidência Geraldo Alckmin, segundo tucanos, aproveitou o alerta feito pelo ex-presidente Fernando Henrique ao PSDB, na carta divulgada semana retrasada, para reforçar sua agenda em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, nos últimos dias. Há até quem vislumbre nessa aproximação entre Alckmin e o governador Aécio Neves a prévia de uma aliança futura que poderá influir na luta pelo comando do PSDB depois das eleições
Com o desgaste do senador cearense Tasso Jereissati no comando do PSDB, por causa das dificuldades que enfrenta com o partido em seu estado, os dirigentes tucanos já tratam, nos bastidores, sobre que grupo assumirá a presidência da legenda a partir do ano que vem.
Expectativa é de maior participação de Serra
A expectativa dos comandantes da campanha de Geraldo Alckmin é que o ex-prefeito José Serra, candidato que lidera a disputa pelo governo se São Paulo, também assuma uma postura mais agressiva em defesa do projeto nacional do partido nesta reta final da eleição. Com uma participação bastante discreta até agora na campanha de Alckmin ¿ até mesmo pela situação confortável na briga pelo governo paulista ¿ tucanos acreditam que Serra deverá ajudar a engrossar os ataques ao PT nos próximos dias.
O momento é oportuno, já que Serra poderia entrar na disputa nacional com uma reação mais forte e veemente contra as suspeitas de que petistas estariam por trás das denúncias que o envolvem no escândalo dos sanguessugas, do período em que era ministro da Saúde.
Comando da campanha diz acreditar em segundo turno
Embora as pesquisas de opinião ainda confirmem a possibilidade de Lula ser reeleito no primeiro turno, o coordenador-executivo da campanha tucana, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), diz achar que o quadro deve mudar nos próximos 15 dias. Estrategistas políticos afirmam que se a diferença das intenções de voto em favor de Lula e dos demais candidatos ficar abaixo dos dez pontos percentuais, são grandes as chances de a eleição ir para o segundo turno. Isso porque as abstenções e os votos nulos atingem mais o eleitorado hoje identificado com Lula.
¿ Estamos no caminho certo. Nosso candidato está crescendo nas pesquisas e a campanha tende a esquentar nesta reta final ¿ prevê Guerra, referindo-se ao fato de Alckmin ter passado de 27% para 29% em duas pesquisas do Ibope feitas entre os dias 7 e 14.