Título: ADVOGADO DE GEDIMAR JÁ DEFENDEU JOSÉ DIRCEU E ÂNGELA GUADAGNIN
Autor: Jailton de Carvalho
Fonte: O Globo, 19/09/2006, O País, p. 13

Cristiano Avila Maronna representou ex-ministro em processo eleitoral

SÃO PAULO. O advogado Cristiano Avila Maronna, que assumiu a defesa de Gedimar Passos, preso sob a acusação de negociar a compra de um dossiê contra os candidatos tucanos à Presidência, Geraldo Alckmin, e ao governo de São Paulo, José Serra, com a máfia dos sanguessugas, tem o ex-ministro José Dirceu como um de seus clientes importantes. Membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP e coordenador do Instituto Brasileiro de Ciência Criminais, em 1998 Maronna representou Dirceu num processo eleitoral pela concessão do registro de candidatura a deputado federal.

Em 2002, o advogado trabalhou para a deputada petista Ângela Guadagnin (SP), que recentemente protagonizou no Congresso ¿a dança da pizza¿ ao comemorar a absolvição de um colega do partido envolvido no escândalo do mensalão.

No ano passado, pedido de hábeas-corpus para Poleto

Procurado pelo GLOBO, o advogado respondeu por intermédio da secretária que não daria entrevista. Ele vem se especializando no atendimento de causas que envolvem petistas.

Em novembro do ano passado, o advogado Cristiano Maronna foi autor do pedido de hábeas-corpus que garantiu ao economista Vladimir Poleto o direito de não assumir o compromisso de dizer a verdade e de não responder às perguntas no depoimento a integrantes da CPI dos Bingos.

Poleto foi convocado pela CPI para explicar sua relação com o caso dos dólares que supostamente haviam sido remetidos por Cuba em contribuição à campanha do presidente Lula, em 2002. Em entrevista à revista ¿Veja¿, o economista declarou ter transportado dinheiro para a campanha de Lula. Ele teria transportado US$3 milhões em caixas de bebidas em um vôo de Brasília a Campinas. Na CPI, orientado o tempo todo por Cristiano Maronna, Poleto negou a informação, alegando que estava embriagado quando concedeu a entrevista.

Mais recentemente, Maronna também foi o autor de uma representação do diretório do PT de São Paulo contra o secretário de Segurança Pública do estado, Saulo de Castro Abreu Filho, que vinculou o partido à ações da facção criminosa que promoveu ataques no estado.

O advogado dos petistas também atuou como defensor de Márcio Aparecido Contarim, que foi candidato a deputado estadual pelo PT em 1998 e de Wilson Nunes Cerqueira em processo eleitoral para obtenção do registro da candidatura a vereador no município de Limeira, em 2000.

Defesa de Desábato, acusado de racismo contra Grafite

Maronna figurou ainda em casos polêmicos, como o do zagueiro argentino Desábato, preso sob a acusação do crime de racismo contra o jogador Grafite, e no ano passado assumiu a defesa do universitário Gaby Boulos, acusado do crime de estupro de uma menina de 12 anos. Ele faz parte da comissão da OAB encarregada de estudar mudanças na lei de crimes hediondos.

* Da CBN, especial para O GLOBO