Título: VARREDURA VAI SER FEITA SEMANALMENTE
Autor: Elenilce Bottari e Maia Menezes
Fonte: O Globo, 19/09/2006, O País, p. 16

Para empresa contratada para detectar escuta, trabalho foi de profissionais

CORREÇÃO DA MATÉRIA ABAIXO: "Athayde Fontoura Filho é diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e não do Senado, como informado ontem na página 16, na reportagem "Varredura vai ser feita semanalmente" e na legenda.". PUBLICADO DIA 20.09.2006 NA PÁGINA 6 DO PRIMEIO CADERNO

BRASÍLIA. A Polícia Federal foi acionada ontem para investigar as escutas clandestinas encontradas nos telefones do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O TSE teve acesso ao relatório da empresa Fence-Consultoria Empresarial Ltda, responsável pela varredura mensal nos telefones fixos dos ministros do TSE desde 2003, na noite de sexta-feira. De acordo com o diretor-geral do Senado, Athayde Fontoura Filho, em razão dos grampos localizados pela empresa, a varredura nos telefones dos sete ministros do TSE passará a ser feita semanalmente até o fim de outubro, época do segundo turno das eleições.

Os grampos foram detectados nos telefones dos gabinetes dos ministros Marco Aurélio e Cezar Peluso, no Supremo, e também no telefone-fax do gabinete no TSE do ministro Marcelo Ribeiro. Athayde explicou que são os próprios ministros que indicam, todo mês, que telefones querem que sejam checados. Nesta última checagem, o ministro Peluso pediu que, além dos telefones do TSE, também fossem verificados os aparelhos que usa no Supremo. Marco Aurélio e o ministro Carlos Ayres Britto solicitaram o mesmo.

Varredura mostra que trabalho foi profissional

Segundo o TSE, pelo menos desde 2003 não havia informações de que algum ministro tivesse sido grampeado. Por meio de contrato, a varredura nos telefones dos ministros é feita há nove anos. Athayde disse que as informações da empresa Fence mostram que se trata de escuta profissional, mas que o problema foi detectado na linha. O grampo não foi encontrado.

A Fence cobra R$250 por cada linha telefônica inspecionada e verifica, por mês, em média, 60 telefones do TSE. Athayde criticou o uso de escutas telefônicas nas linhas de uso dos ministros do tribunal:

- É preocupante. É uma afronta à democracia, à República, à Casa da Justiça Eleitoral.

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