Título: VAGAS FORMAIS ABERTAS ESTE ANO SOMAM 1,2 MILHÃO, MAS NÃO DEVEM CRESCER
Autor: Flávia Barbosa
Fonte: O Globo, 19/09/2006, Economia, p. 31

Segundo ministro, número de 2006 deve, no máximo, ficar igual ao de 2005

BRASÍLIA. O número de empregos com carteira assinada que serão criados no Brasil este ano não deverá ser muito maior do que o total acumulado até agosto, segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Entre janeiro e o mês passado, foram abertas 1.207.070 vagas formais (saldo entre contratações e demissões), e Marinho estima ser possível apenas empatar com o resultado de 2005, quando foi contratado 1,253 milhão de pessoas. Os dados são parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), cujos indicadores de agosto foram divulgados ontem.

Apesar de ainda haver quatro meses até o fim de 2006, novembro e dezembro são fracos para o mercado de trabalho, com abertura de poucas vagas no penúltimo mês do ano (cerca de 13 mil no ano passado) e demissão forte no último (286 mil dispensas em 2005).

- Este ano, acreditamos que ficaremos em torno disso (1,207 milhão). Podemos ficar um pouco para cima, um pouco para baixo, mas em torno do que foi o ano passado. É importante frisar que, de janeiro de 2003 a agosto de 2006 (governo Lula), temos saldo positivo de 4.629.760 postos de trabalho, uma média de mais de 104 mil postos a cada mês - disse Marinho.

Emprego com carteira só não cresceu no setor agrícola

Em agosto, foram criados no país 128.915 postos com carteira assinada, no oitavo mês consecutivo de alta, mas abaixo dos 135.460 de agosto de 2005. O estoque de empregos formais cresceu 0,48% no mês e 4,63% no ano. No entanto, em termos de ritmo de geração, houve queda de 1% entre e janeiro e agosto, contra o mesmo período de 2005, e de 4,8% ante o mesmo mês do ano passado.

A expansão do emprego, em agosto, só não ocorreu na agricultura, com eliminação de 13.727 postos. Houve alta nos setores de serviços (64.668 postos), comércio (30.192) - que apresentou a maior variação mensal em 2006 -, indústria de transformação (28.788) e construção civil (15.283).

A distribuição das vagas privilegiou as regiões metropolitanas, onde o Caged registrou saldo de 64.025 contratações (alta de 0,58%). No interior, ficou em 28.790 (0,28%). Os demais empregos surgiram em cidades sobre as quais os dados não são abertos pela pesquisa. O destaque, por número de postos criados, foi a Grande São Paulo (28.101).

INCLUI QUADRO: O EMPREGO COM CARTEIRA